Mais de 5 mil soldados africanos chegam ao Mali
A França planeja retirar completamente as forças que enviou ao país em 11 de janeiro até o final de março. As negociações para que as tropas africanas passem para o comando da ONU já começaram. Entretanto, um enviado da ONU disse nesta terça-feira (12) que o governo do Mali estava hesitante quanto a deixar as tropas de manutenção da paz da ONU no país.
Publicado 13/02/2013 15:24
Soldados da Afisma (Missão de Apoio Internacional ao Mali liderada pela África) continuam a chegar à nação do oeste africano, enquanto centenas de tropas já foram enviadas para assegurar cidades em todo o país.
Tropas do Benin, Costa do Marfim e Senegal, representando o contingente da Comunidade de Estados da África Ocidental (Ecowas) para a Afisma, estão entre as chegadas recentes à capital Bamako. De acordo com uma fonte do Ministério da Defesa do Mali, mais de 5.000 soldados da África Ocidental estarão baseados no Mali antes do fim do mês, e cerca de metade já chegou.
A cidade do centro do Mali, Markala, abriga atualmente 600 tropas de Burkina Faso. Já na cidade de Ségou, nas redondezas, há cerca de 250 soldados nigerianos, enquanto tropas do Togo estão na cidade de San, um pouco mais ao norte. Mais tropas chegaram do Níger à base militar em Gao, uma das maiores cidades do norte maliano, recentemente ocupado pelas forças francesas e malianas mas ainda sob disputa, segundo grupos armados atuantes na região.
“Atualmente, cerca de 65 a 70% do contingente da Afisma está no Mali”, disse o porta-voz da missão, Coronel Yao Adjoumani, em 6 de fevereiro. Ele também anunciou que tropas da Guiné atravessaram a fronteira maliana, e que a missão estará completa no país a partir do meio de fevereiro. Porém, ele recusou-se a revelar o total de tropas, suas bases e o cronograma da mobilização, citando razões de segurança.
Confrontos internos abalaram a capital maliana, Bamako, na passada sexta-feira (8). Houve troca de tiros entre as unidades que apoiam o presidente deposto, Amadou Toumani Touré e as que apoiaram o golpe de março de 2012. O exército do Mali deu apoio ao governo civil que chegou ao poder através das eleições realizadas ainda em março.
Fontes de hospitais disseram que 2 adolescentes morreram e 13 pessoas tinham ferimentos de bala logo após o confronto. Mahamane Cissé, um oficial em Gao, disse à agência IPS, por telefone: “Neste momento, o Mali precisa de um exército unido. Temos que focar na liberação total do país. Uma vez que isso tenha sido alcançado, o exército pode trabalhar nas suas diferenças internas.”
O Programa Mundial de Alimentação da ONU (WFP) retomou a distribuição de comida no norte do país, depois de suspendê-la por motivos de segurança, devido à escalada dos confrontos com a chegada das tropas francesas e do próprio exército maliano ao norte, dominado pelos grupos insurgentes.
“A entrega de alimentos às cidades do norte, Timbuktu, Goundam e Niafunké começaram por barcos,” disse o chefe de comunicações do WFP, Daouda Guirou, à IPS. A abertura da estrada Sevar-Douentza possibilitou a entrega de comida a Gao, concluiu Guirou.
Com All Africa
Tradução da Redação do Vermelho