Vanessa pede solução imediata para falta de médicos no interior
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu, em discurso na tribuna do Senado, na reabertura dos trabalhos legislativos, uma solução imediata para resolver o problema da falta de médicos nas periferias das grandes cidades e no interior do país. Ela lembrou as palavras emocionadas do governador do Amazonas, Omar Aziz, ao destacar que no “Amazonas morre diariamente uma Santa Maria por falta de assistência médica”. O recente incêndio na boate da cidade gaúcha matou mais de 230 pessoas.
Publicado 12/02/2013 10:23
Segundo ela, a proposta apresentada pelos prefeitos à presidente Dilma Rousseff visando trazer profissionais do exterior precisa ser “amplamente debatida” com entidades dos médicos que já se manifestaram contra.
“Nós precisamos avançar no diálogo imediatamente – governo e setores da representação médica, porque não pode a população ficar sem assistência”, discursou.
Vanessa também rechaçou as críticas aos projetos que tramitam no Senado sobre a revalidação dos diplomas de médicos formados no exterior. Autora de um deles – o outro foi apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) -, a senadora diz que nenhum propõe a revalidação automática.
“Não propus uma revalidação automática e nem simplificar o método para que não constem provas de proficiência e sem nenhum critério, como foi equivocadamente avaliado por algumas entidades médicas”, esclareceu. O projeto da parlamentar encontra-se em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sob a relatoria do senador Paulo Davim (PV-RN).
“Agora, que tipo de avaliação é o que precisamos discutir. Não é aquela prova em que 90% são reprovados porque a prova não é compatível. Aliás, um município no Estado do São Paulo aplicou uma prova semelhante para médicos formados em universidades brasileiras, e o resultado não foi muito diferente daqueles alcançados por alunos brasileiros que se formam fora ou estrangeiros que querem vir trabalhar no Brasil”, argumentou.
Ela ainda defendeu a proposta das entidades médicas sobre a criação para área de uma carreira típica de Estado, nos mesmos moldes de procuradores e auditores fiscais.
Pouco impacto
Por fim, a senadora lamentou que algumas ações do governo tenham gerado pouco impacto para resolver o problema. Citou como exemplo a realização da primeira edição do Programa de Valorização do Profissional na Atenção Básica, o Provab, que consistente em atrair médicos recém-formados para interior.
O programa, que terá sua segunda edição neste semestre, recebeu o pedido no ano passado de 1.228 municípios com mais de 7.193 vagas oferecidas, porém, só 20% foram preenchidas. Além da bolsa no valor de R$8 mil, os recém-formados fazem a especialização em Saúde da Família e ganham bônus de 10% para os concursos de residência.
Da Redação em Brasília
Com Agência Senado