Academia Britânica de cinema consagra "Argo" de Ben Affleck

Affleck (foto acima) foi humilde ao aceitar seu prêmio, lembrando que é seu “segundo ato” em Hollywood depois de sua ascensão e queda como ator. “Eu sinto que houve um erro”, disse, em seu agradecimento ao prêmio de direção. “Eu nunca tinha vindo aos BAFTAs, eu nunca tinha sido indicado, eu nunca tinha sido convidado, nada. Então eu sinto que estou vindo por baixo da ponte. Estou eletrizado.”

Ao agradecer o prêmio de Melhor Filme, o ator George Clooney (“Os Descendentes”), que co-produziu “Argo”, aproveitou para exaltar Affleck. “Ben, se este é o seu segundo ato, eu não tenho ideia do que esperar para o seu terceiro”, disse Clooney. “Você é extraordinário. Eu não posso descrever a honra que foi trabalhar com você.”

“Argo” dispara, assim, como favorito a vencer tudo o que disputar no Oscar. O filme tem levado todos os prêmios importantes da temporada – Globo de Ouro, Critics’ Choice, troféus dos sindicatos dos Produtores, Diretores, Atores, etc. A sorte dos indicados à categoria de Melhor Diretor do Oscar é que a Academia cometeu um de seus maiores equívocos históricos e deixou o nome de Affleck de fora da competição – mesmo ele tendo vencido o prêmio do sindicato. Se “Argo” materializar as expectativas e vencer como Melhor Filme, será apenas a segunda vez em 80 anos que a Academia premiará um longa que não tem seu diretor indicado em sua categoria – isto só aconteceu antes com a vitória de “Conduzindo Miss Daisy” (1988).

A premiação de Melhor Filme Britânico do ano ficou com “007 – Operação Skyfall”, coroando uma extraordinária recepção do público e da crítica. Além de marcar a primeira vez em que um filme do espião James Bond recebe um BAFTA numa das categorias principais, “Skyfall” ainda levou o prêmio de Melhor Trilha Sonora, criada por Thomas Newman.

O inglês Daniel Day-Lewis (foto acima), como esperado, levou o troféu de Melhor Ator por “Lincoln” – o 4ª BAFTA que recebe em sua carreira. Respeitoso, ele elogiou todos com quem competia. “Eu não sei se eu mereço isto, mas sei que cada um de vocês merce pelo menos tanto quanto eu”, disse. Em seguida, o astro brincou com seu método de atuação, dizendo que se manteve dentro do personagem de Daniel Day-Lewis nos últimos 55 anos. “Toda vez que eu levanto de uma cadeira, surge espontaneamente uma trilha sonora de aplausos, com algumas vaias.”

O ator ainda inspirou comentários de seus colegas de profissão, como Hugh Jackman, que concorria à mesma categoria pelo musical “Os Miseráveis”. “Eu o conheci em uma das cerimônias de premiação, e fiquei perplexo”, disse Jackman. “Como (Marlon) Brando fez nos anos 1950 e depois (Robert) De Niro, além de ser o melhor ator, ele mudou a atuação.”

Uma surpresa real veio com o prêmio de Melhor Atriz: a francesa Emmanuelle Riva, de “Amor”, superou Jennifer Lawrence, de “O Lado Bom da Vida”, e Jessica Chastain, de “A Hora Mais Escura”, tidas como as favoritas ao Oscar. O drama dirigido por Michael Haneke ainda foi premiado como Melhor Filme Estrangeiro, mas nenhum dos dois vencedores estava presente para aceitar seus troféus.

O faroeste “Django Livre”, de Quentin Tarantino, rendeu os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz e de Melhor Roteiro Original, em uma repetição do resultado do Globo de Ouro. Tarantino, ao subir ao palco para receber seu troféu, exaltou o BAFTA. “Eu sou meio famoso por não participar de organizações, mas tenho orgulho de participar da sua”, disse o cineasta.

Entre os roteiros adaptados, “Argo” deu uma trégua e liberou o caminho para David O. Russell sair vitorioso pela comédia romântica “O Lado Bom da Vida”.

Anne Hathaway (foto acima), por outro lado, manteve seu favoritismo no Oscar com mais um troféu por sua atuação em “Os Miseráveis”. Bem-humorada, a atriz passou por George Clooney, que a anunciou vencedora, e voltou para abraçá-lo. “O que eu estou pensando? Eu quase passei por George Clooney sem abraçá-lo. Isso é simplesmente estúpido”, brincou Hathaway. O musical ficou com um total de 4 prêmios: os outros foram Melhor Maquiagem e Cabelo, Desenho de Produção e Som.

“As Aventuras de Pi”, do diretor Ang Lee, levou dois troféus técnicos, de Melhor Fotografia e Melhores Efeitos Visuais, e “Anna Karenina” somou uma vitória na categoria de Melhor Figurino. Nas demais categorias, a animação “Valente” superou “ParaNorman” e “Frankenweenie”, enquanto “Searching for Sugar Man” aumentou suas chances para o Oscar de Melhor Documentário. A atriz Juno Temple (foto acima) foi eleita pelo público como a melhor entre os jovens talentos, graças a participações em filmes como “Batman: O Cavaleiro das Trevas” e “Killer Joe – Matador de Aluguel”.

Vencedores do BAFTA Awards 2013

Melhor Filme
“Argo”

Melhor Filme Britânico
“007 – Operação Skyfall”

Melhor Diretor
Ben Affleck, por “Argo”

Melhor Roteiro Original
Quentin Tarantino, por “Django Livre”

Melhor Roteiro Adaptado
David O. Russell, por “O Lado Bom da Vida”

Melhor Ator
Daniel Day-Lewis, por “Lincoln”

Melhor Atriz
Emmanuelle Riva, por “Amor”

Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz, por “Django Livre”

Melhor Atriz Coadjuvante
Anne Hathaway, por “Os Miseráveis”

Melhor Estreia de Diretor, Roteirista ou Produtor Britânico
Bart Layton (Diretor), por “The Imposter”
Dimitri Doganis (Produtor), por “The Imposter”

Rising Star Award
Juno Temple

Melhor Filme em Língua Estrangeira
“Amor”

Melhor Documentário
“Searching for Sugar Man”

Melhor Animação
“Valente”

Melhor Trilha Sonora Original
“007 – Operação Skyfall”

Melhor Fotografia
“As Aventuras de Pi”

Melhor Edição
“Argo”

Melhor Som
“Os Miseráveis”

Melhor Desenho de Produção
“Os Miseráveis”

Melhor Figurino
“Anna Karenina”

Melhores Efeitos Visuais
“As Aventuras de Pi”

Melhor Maquiagem e Cabelo
“Os Miseráveis”

Melhor Curta-Metragem
“Swimmer”

Melhor Curta-Metragem Animado
“The Makinkg of Longbird”

Fonte: Pipoca Moderna