Percalços, brilho e contrastes marcam 1o dia de desfiles no Rio

O contraponto mais brilhante da avenida, no entanto, foi feito entre a Salgueiro e a Portela: enquanto a primeira exaltou o mundo das celebridades, a segunda destacou pessoas anônimas em seus carros.

A Unidos da Tijuca sofreu, logo no início do desfile, com o carro abre-alas, que atingiu parte da arquibancada e ficou danificado. Por conta do retardo, um buraco se formou entre a comissão de frente e a alegoria. No segundo carro, sinais de fumaça chamaram a atenção de bombeiros, que subiram na alegoria para tentar conter um incêndio. Na dispersão, um problema elétrico no carro abre-alas provocou um novo atraso no desfile da escola. O carnavalesco Paulo Barros minimizou os problemas e disse que "o sentimento é de dever cumprido".

Segunda atração a invadir a Sapucaí, a Salgueiro apostou na tecnologia e nas brincadeiras com o universo das celebridades. Patrocinado pela revista "Caras", que investiu R$ 3 milhões no carnaval da escola, o enredo foi encarnado por um séquito de famosos como os atores Paulinho Vilhena e a mulher Thaila Ayala, Fernanda Rodrigues, Eri Johnson e Cacau Protásio.

A Portela, que fechou a avenida neste primeiro dia, fez um tributo ao bairro carioca de Madureira e, ao contrário da Salgueiro, colocou personagens do cotidiano do bairro como temas de alas. Entre eles estavam Dona Esther, mãe de santo famosa em Madureira, e Dona Dodô, passista com 93 anos. Antes de entrar na avenida, uma mulher que estava em destaque de um dos carros da escola quebrou o pé ao se desequilibrar da alegoria depois que o veículo esbarrou em uma árvore na concentração.

Na avenida

A Coreia do Sul voltou a ser tema no Carnaval 2013, quando a Inocentes de Belford Roxo entrou no Sambodrómo do Sapucaí neste domingo (10), inaugurando o primeiro dia de desfiles na capital carioca. Em São Paulo, no último dia de samba no Anhembi, a escola Unidos de Vila Maria também celebrou a cultura coreana.

O surpreendente desempenho da estreante na principal divisão do carnaval carioca foi reconhecido pelo público, que já lotava a Sapucaí às 21h. As paradinhas da bateria comandada por mestre Celinho receberam aplausos das arquibancadas. O destaque negativo ficou por conta de uma integrante da ala das baianas, que desmaiou no meio da avenida.

A União da Ilha mostrou alas bem coreografadas e soluções criativas nas alegorias em homenagem ao centenário do poeta Vinicius de Moraes, mas viu um integrante passar mal por causa do calor. O porta-bandeira Ubirajara Claudino teve uma queda de pressão e precisou ser medicado. Outro destaque de alegoria da escola desmaiou e também precisou ser socorrido pelos bombeiros.

Com paradas de bateria que animaram o público, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para avenida sua homenagem ao festival Rock In Rio com os principais clichês do estilo. Entre os convidados estavam integrantes das bandas NX Zero, Jota Quest e Detonautas, além dos cantores Elza Soares, Evandro Mesquita e o roqueiro Serguei, que completará 80 anos em novembro. E para compensar o baixo orçamento da escola, os figurinos foram confeccionados com materiais reciclados.

Segundo dia de desfiles

O segundo dia de desfiles do Rio de Janeiro continua na noite desta segunda-feira. A primeira escola na avenida será a São Clemente, às 21h, com enredo dedicado às novelas da Globo. Na sequência, às 22h05, a Mangueira surge com um tributo à cidade de Cuiabá. A Beija-Flor chega às 23h10 abordando a raça de cavalo Mangalarga.

Adentrando a madrugada de terça-feira, a 0h15, Grande Rio homenageia o Rio de Janeiro e os royalties de petróleo. A Imperatriz, a 1h20, faz tributo ao Estado do Pará. Para encerrar o segundo e último dia, às 2h25 a Vila Isabel faz uma ode sobre a vida no campo.

A apuração dos votos e o resultado do carnaval carioca acontecem na próxima quarta-feira.

Fonte: UOL