Câmara de SP faz ato em solidariedade a povo Xavante e bispo
A Câmara Municipal de São Paulo recebeu na quinta-feira (7) mais de 300 pessoas para um ato em defesa da comunidade indígena Xavante, localizada no Mato Grosso, e do bispo Dom Pedro Casaldáliga. O ex-vereador Jamil Murad (PCdoB) e a ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina (PSB) também participaram do evento.
Publicado 08/02/2013 10:13
Ato em defesa do Povo Xavante na Cãmara / foto: divulgação
No ano passado, a Justiça determinou que fazendeiros que ocupavam o território Marãiwatsédé — que tem mais de 165 mil hectares e fica entre os municípios de São Félix do Araguaia, Alto Boa Vista e Bom Jesus do Araguaia — deixassem essas áreas para uso do povo xavante.
Após a retomada da região pela comunidade indígena, Dom Pedro Casaldáglia, um dos principais apoiadores da causa, começou a receber ameaças de morte e precisou sair do estado do Mato Grosso. Atualmente ele vive sob proteção policial.
O coordenador do Comitê de Solidariedade, Paulo César Pedrini, disse que é importante a participação da sociedade para combater esse absurdo. “Resolvemos criar esse colegiado porque ficamos incomodados em saber que Dom Pedro e a comunidade xavante estava sendo ameaçada, sendo que a terra havia sido tomada dos índios. Precisamos ficar atentos ao que está acontecendo e apoiarmos os índios e o bispo Dom Pedro.”
Durante o evento, Paulo Maldos, secretário nacional de articulação social da Secretaria-Geral da Presidência da República, explicou que os índios da comunidade xavantes foram retirados à força em 1966 do território.
“Estimamos que mais de duas mil pessoas ocupavam essa área pertencente aos índios. A Justiça determinou que a comunidade indígena retomasse essa área e hoje todos os não-índios foram retirados do local”, afirmou. Maldos ainda revelou que os fazendeiros que ocuparam o território xavante devem mais de R$ 150 milhões em multas ambientais. “Eles nunca pagaram nada e devastaram toda aquela área”, disse Maldos.
O evento contou com a participação de representantes de várias entidades da Capital. “Precisamos participar ativamente, ir para as ruas e mostrar que estamos apoiando Dom Pedro”, disse Marcel Vitorino, coordenador da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo.
Fonte: Câmara Municipal de S. Paulo