Publicado 04/02/2013 12:53 | Editado 04/03/2020 16:47
Em 1991 a cidade de Coroatá sofria intervenção estadual ocasionada por supostos desvios de verbas entre outras irregularidades. A intervenção foi assinada pelo Governador Edison Lobão que designou o então coronel Ruy Salomão, para gerir o município no período de dois anos até a realização de novas eleições. Logo em 1993, Maria Teresa Trovão Murad foi eleita prefeita da cidade, mandato que segundo a mesma revolucionaria o modo de administrar Coroatá. O prefeito de fato era Ricardo Murad, esposo da prefeita.
Como é sabido por todos a tal revolução não ocorreu, entretanto, uma ligeira maquiagem foi realizada no centro da cidade com o calçamento de algumas ruas, pintura de prédios públicos, reforma de praças, raspagem de estradas vicinais, construção de barracões de madeira e palha na Zona Rural que serviram de escolas até 2004, entre outros. Nessa época, o município utilizando recursos federais realizou a distribuição de leite no antigo Clube Central, local que depois foi palco de várias festas nas noites de domingo para a juventude coroataense, em seguida privatizado pela família Murad.
Os filhos de Coroatá eram empregados através de contratos precários de prestação de serviços ao município levando em conta é claro, a indicação política sem qualquer concurso público. Zelador, vigilante, pedreiro, além dos varredores das vias públicas que iniciavam suas rotinas às 5h da manhã, eram algumas das vagas oferecidas a quem era nascido na cidade. Cargos que exigissem maior escolaridade eram sempre concedidos aos que vinham de fora, mesmo que houvesse cidadão coroataense com a formação necessária. Além disso, empresas de outras cidades sempre venciam as licitações para o fornecimento de mantimentos e suprimentos para o município. Os comerciantes da cidade ficavam apenas com as pequenas vendas emergenciais.
A época, a população coroataense vivia exposta a índices mínimos de alfabetização, sem qualquer oportunidade de formação profissional, emprego digno, sem saneamento básico, entre outros dados que expunham a situação de pobreza e abandono da nossa gente.
Nem aliados e muito menos opositores dos Murad podiam, sequer, instalar um carrinho de cachorro quente em qualquer das praças públicas da cidade que era devidamente confiscado pela secretaria de urbanismo. Aos opositores da administração somente pão e água, além de muita perseguição dos mais variados tipos e gêneros.
Divulgando a todo o Brasil o lema 40 anos em 4 devidamente plagiado do tema da campanha do ex-presidente Juscelino Kubitschek “50 anos em 5”, o prefeito de fato, Ricardo Murad, tentou usar a então administração como modelo de acerto gerencial e ascender ao Governo do Estado, sua eterna obsessão.
Estamos no século XXI, ano de 2013, e Maria Teresa Trovão Murad é prefeita mais uma vez. E mais uma vez o prefeito de fato é Ricardo Murad. O slogan de governo “Coroatá de todos nós“, foi mais uma vez copiado, agora da célebre frase usada por Flávio Dino, “O Maranhão é de todos nós“. O estado de emergência decretado no início do mês pela prefeita lembra muito o ato de intervenção estadual ocorrido antes dela se eleger em 1993.
Estaria a população coroataense entrando em um túnel do tempo para reviver a década de 90, em uma espécie de “flash back” de muito mau gosto? As próximas ações do governo Murad é que nos responderão essa pergunta!
Fonte:Publicado por blog Klamt