Ataque israelense deve ser condenado pela ONU

Nesta quinta-feira (31), a Síria queixou-se à ONU pelo ataque israelense do dia anterior, evocando o acordo de cessar-hostilidades de 1974. Segundo a rede Al-Jazeera, o “Ministério de Relações Exteriores convocou Iqbal Singha, comandante da Força de Observação do Cessar-fogo da ONU e informou-o sobre um protesto oficial pela violação do acordo de 1974 por parte de Israel”.

A mídia síria oficial disse que os ataques aéreos israelenses de quarta-feira (30) tiveram como alvo um centro de pesquisa militar próximo a Damasco, capital da Síria. Fontes regionais de segurança haviam afirmado à agência Reuters que o alvo era um comboio de caminhões, supostamente transportando mísseis antiaéreos para o Hezbollah, no Líbano; o Exército sírio negou a suposição.

De acordo com informações da página Al-Ahad, do Hezbollah, ainda não é certo qual era a natureza do alvo dos ataques israelenses da quarta-feira (30). O partido libanês é aliado tanto da Síria quanto do Irã, além de dedicar-se à resistência contra as agressões de Israel ao Líbano.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores sírio, “os Estados que protegem Israel no Conselho de Segurança” são responsáveis pelo ataque aéreo, e o ministério “afirma o direito da Síria de se defender e de defender seu território e soberania”. Pede ainda que “todos os órgãos competentes da ONU tomem todos os passos necessários em resposta à grave violação israelense, e que garantam que isso não acontecerá novamente”, de acordo com Al-Jazeera. O ministério denunciou “o fracasso do Conselho de Segurança em tomar responsabilidade para impedir este grave ataque israelense, que impõe sérias ameaças à estabilidade do Oriente Médio e à segurança no mundo.”

Apoio à Síria

No Irã, a agência de notícia Fars citou Hossein Amir Abdollahian, o vice-ministro de Relações Exteriores do país, que teria dito que o ataque na Síria terá implicações significativas para Israel. Ali Akbar Salehi, o ministro de Relações Exteriores, condenou o ataque na televisão estatal, chamando-o de uma clara violação da soberania síria.
Em comunicado, o partido libanês Hezbollah condenou o ataque, uma “agressão bárbara”, dizendo “expressar inteira solidariedade com o comando, o Exército e o povo sírio.” O partido não mencionou qualquer comboio mas disse que o ataque teve como objetivo impedir que árabes e muçulmanos desenvolvam suas capacidades militares.

A Rússia disse ainda estar tomando “medidas urgentes para esclarecer a situação em todos os seus detalhes”, segundo Al-Jazeera. O Ministério de Relações Exteriores russo declarou que “se esta informação se confirmar, temos um caso de ataques gratuitos contra uma nação soberana, o que viola gravemente a carta da ONU e é inaceitável.”

Com Al-Jazeera
Tradução da redação do Portal Vermelho