Marcha das Tochas abre em Cuba festejos em homenagem a José Martí

Entre os manifestantes, estavam milhares de alunos da Escola Latino-americana de Medicina (Elam), um projeto martiano idealizado pelo comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro, cuja execução se iniciou quando ele ainda se encontrava na Presidência da República.

Dois grandes atos culturais abriram os festejos. Um deles foi o concerto da orquestra do maestro Frank Fernandez, no Memorial José Martí, situado na Praça da Revolução. O outro foi o show de Música Popular Cubana, no quadro do projeto cultural “Concertos no Bairro”, no distrito de San Agustin.

Para marcar a passagem de tão importante data, realiza-se a partir desta segunda-feira (28) até a quarta (30), a Terceira Conferência Internacional sobre o Equilíbrio do Mundo. Mais de 600 delegados de cerca de 50 países se encontram em Cuba para participar do evento, entre eles intelectuais e dirigente políticos. Do Brasil, confirmaram presença o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o escritor Fernando Moraes, que lança durante o evento o livro Os últimos soldados da Guerra Fria, o escritor Frei Betto, que recebe o Prêmio Internacional da Unesco José Martí, por sua atividade dedicada à solidariedade, e a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes.

“É uma conferência que busca refletir sobre uma figura ímpar da história, o Apóstolo da Independência cubana”, disse Socorro Gomes. Segundo a líder pacifista, Martí foi o “prócer das lutas pela verdadeira independência das nações latino-americanas e da união dos seus povos”. Socorro, que fará nesta terça-feira (29) uma intervenção especial na conferência, considera que a “obra de José Martí é inspiradora para todos os que se dedicam à causa da paz mundial e à solidariedade entre os povos”.

O dirigente do Partido Comunista do Brasil, José Reinaldo Carvalho, que apresentará um trabalho também na terça-feira, afirma que o pensamento e a obra do Herói Nacional de Cuba são os de um homem de “raro talento e refinada sensibilidade, o publicista e o combatente que interpretou os problemas da época em que viveu e vislumbrou o futuro, do líder que foi capaz de fundar o Partido Revolucionário Cubano que organizou e conclamou à guerra contra o colonialismo espanhol”. Reinaldo considera que Martí entrou para a história do povo cubano e da América Latina como um “gigante do pensamento revolucionário”. O dirigente do PCdoB lembra que por esta razão, Fidel Castro, mais de meio século depois do desaparecimento físico de Martí, o considerou o inspirador e autor intelectual da Revolução Cubana.

A celebração do 160º aniversário do nascimento de José Martí ocorre num momento em que os povos da América Latina consolidam sua integração com a realização da reunião de Cúpula da Comunidade os Estados Americanos e Caribenhos (Celac), em Santiago, neste domingo, quando Cuba assume a presidência rotativa do bloco pelo prazo de um ano.

Especial de Havana para o Vermelho