Miro sugere uso de redes sociais nas gestões municipais
“A aparição de Dilma durante a semana, em cadeia nacional, para falar da redução das tarifas de energia, quebrou – corajosamente – o monopólio da palavra da Globo e da grande mídia que falava, uníssona, que o caos energético e o apagão eram inevitável”. Com este exemplo, Altamiro Borges, o Miro, secretário Nacional de Mídia do PCdoB e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, iniciou o painel que tratou do papel da comunicação nas administrações municipais.
Publicado 27/01/2013 10:56
Miro discorreu sobre a importância da comunicação pública de qualidade, ágil e eficiente, como prestadora de serviços e informações para a população. “Trata-se de instrumentos diretos, sem interlocução, com respostas rápidas que impede, muitas vezes, que boas administrações não sejam desgastadas por veículos e profissionais mal intencionados”, acentuou o dirigente comunista.
Para ele, a mídia está dividida em dois grandes blocos: “de um lado temos um jornalismo sério, que levanta os problemas da cidade e até mesmo as distorções que possam haver na administração, de maneira honesta e que aponta os problemas reais da cidade ou da gestão. Essa mídia pode nos ajudar a melhorar nossa gestão e com ela, devemos manter relação próxima.”
“De outro lado, temos a mídia mais conhecida que atua como partido político, ou como se estivesse acima deles, agindo à base do factoide, do denuncismo,da negação e escandalização da política”, distinguiu Miro.
Segundo ele, esta mídia se movimenta por três razões fundamentais: 1) É uma mídia que tem lado e partido e que, provavelmente, estava ao lado do candidato que foi derrotado; 2) Tem interesses econômicos – é uma mídia corrompida a defender interesses de empresas; 3) É uma mídia mercenária, que age a base de negócios com o administrador de plantão, cuja ameaça é a sua moeda de troca.
Prevenir das armadilhas
Miro Borges apresentou várias sugestões que considera importante serem usadas pelos gestores públicos, no sentido de se prevenir das “armadilhas” e atuar de maneira a interagir permanentemente com a sociedade. Para o dirigente, o primeiro passo é compreender a comunicação pública como estratégica e investir neste setor.
Isso significa monitorar a postura da mídia e responder suas críticas. É necessário manter o diálogo permanente com a sociedade e montar boas assessorias de imprensa. Na relação com mídia, é essencial municiar os jornalistas de informações, mas cobrar o respeito aos fatos.
Altamiro Borges frisou que o ideal é que a administração tenha seus próprios veículos. Também chamou atenção para o fenômeno da digitalização, onde mais de 30 milhões de lares já possuem acesso a internet. Assim, sugeriu a utilização das redes sociais, como a criação de blog de prestação de serviços à sociedade.
Participação Popular
A democracia participativa foi enfatizada pelo Secretário de Mídia do PCdoB. Para ele a interação entre a administração e a sociedade, apontando os defeitos e contribuindo para a melhoria da gestão deve ser encarada como essencial nas administrações comunistas. Desta maneira, Miro salientou que a realização das Conferências de Comunicação na prefeituras dirigidas pelos comunistas deve ser uma prioridade.
Como instrumento permanente de observação e controle social, Miro defendeu que as prefeituras do PCdoB deveriam ser exemplares, criando os Conselhos de Comunicação Social, com a participação mais ampla possível dos atores sociais, opinando, fiscalizando e atuando no sentido de democratizar a comunicação e tornando-a, na prática, um direito humano.
De Brasília
Sônia Corrêa