Renda de alunos do ProUni cresceu 73%, aponta estudo
Uma pesquisa com ex-bolsistas do Programa Universidade para Todos (Prouni) em São Paulo mostrou que quase três quartos deles conseguiram aumentar sua renda após concluir o curso de graduação.
Publicado 23/01/2013 10:49
De acordo com Fabiana Costa, doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foram entrevistados 150 jovens que se formaram no ensino superior entre 2010 e 2011, para identificar o impacto que a bolsa de estudo teve na inserção dos egressos no mercado de trabalho e na melhoria de sua condição socioeconômica.
O Prouni distribui bolsas de estudos para estudante de baixa renda em faculdades particulares. O prazo de inscrição foi fechado nesta segunda-feira (21). Foram inscritos 1,03 milhão de candidatos para mais de 162 mil bolsas. A primeira convocação dos selecionados será nesta quinta-feira (24).
A pesquisa foi tema de sua tese de doutorado, defendida em novembro do ano passado, e apresentada no último fim de semana no 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Recife (PE).
Na pesquisa, 73,4% afirmaram que, depois de se formarem, conseguiram aumentar sua renda em relação à época em que ingressaram no ensino superior. Dentro deste grupo, 10,5% tiveram o salário incrementado entre 71% e 100%, e 27,9% mais do que dobraram a renda (em relação ao total de participantes, Fabiana afirmou que 18,6% aumentaram a renda em mais do que 100%).
A pesquisadora explicou que o universo da pesquisa abordou o mercado de trabalho e e a condição socioeconômica relativos à cidade de São Paulo. "A realidade foi feita com base na capital. A pesquisa é feita dentro de um determinado contexto e um determinado tempo", disse.
Outro número destacado por ela tem a ver com a utilidade do diploma conquistado por meio das bolsas de estudo integrais ou parciais. De acordo com a pequisa, 72,6% dos 150 bolsistas entrevistados afirmaram que, atualmente, estão trabalhando na área em que se formaram no ensino superior.
O número de estudantes no mercado de trabalho antes e depois de receberem a bolsa se manteve em 85%. Desses, 64% dos egressos tinham carteira assinada e renda de um a cinco salários mínimos.
Primeiro diploma da família
Um dos dados da pesquisa de Fabiana que melhor definem o perfil socioeconômico dos egressos do Prouni entrevistados é o fato de que o diploma universitário deles foi o primeiro da família. "Os dados mostram que 81% das mães e 91% dos pais dos entrevistados só têm o ensino médio", afirmou Fabiana.
A educação formal dos pais e das mães dos bolsistas é parecida: 39% dos pais tinham fundamental incompleto, e 23% chegaram a concluir o ensino médio. No caso das mães, 36,6% delas abandonaram a rede de ensino sem terminar o ensino fundamental, e 21,9% chegaram ao fim do ciclo básico.
Além disso, 6% das mães e 5% dos pais dos estudantes que responderam às perguntas não sabem ler nem escrever. "Os egressos enxergam o Prouni como porta de entrada e oportunidade de concluir a graduação", disse a pesquisadora.
Criação
O Prouni foi criado pelo Ministério da Educação em 2004 com o objetivo de oferecer bolsas de estudos integrais ou parciais em instituições privadas de educação superior a estudantes com renda de até três salários mínimos.
Fonte: G1, em São Paulo