23 de janeiro: “burguesia traiu a esperança do povo”, diz Maduro

“A verdadeira independência”. Assim os venezuelanos definem a data de hoje. Nesta quarta-feira (23), milhares de pessoas saíram de diversos pontos de Caracas e se reuniram no emblemático bairro 23 de Janeiro para comemorar o movimento que derrubou a ditadura de Marcos Pérez Jiménez em 1958.

Maduro - MinCi

O movimento, no entanto foi traído pela burguesia que firmou o Pacto do Ponto Fixo, decidido “em Nova York e referendado em Caracas, entre a burguesia de Fedecámaras com as cúpulas dos partidos que traíram o povo, Ação Democrática e Copei, e o imperialismo estadunidense que deu a benção a esta traição”, afirmou o vice-presidente do país, Nicolás Maduro.

De acordo com o líder venezuelano, passaram-se muitos anos para que a população desse a volta por cima da traição da classe política e da oligarquia com apoio do governo estadunidense. “O que foi chamado de espírito de 23 de janeiro foi traído pela burguesia”, reiterou.

Comentou ainda que a luta dos anos seguintes foi banhada por repressões, torturas e desaparecidos, no entanto, ressaltou que o povo nunca deixou de lutar.

Na década de 1960, a falsa democracia provocou reações à esquerda e em aliança com o Partido Comunista da Venezuela (PCV), os jovens da AD iniciaram uma guerrilha inspirada na Revolução Cubana. Somente no final da década, com a política de pacificação proposta pelo presidente Rafael Caldera (1969-74) a guerrilha teve fim.

O processo começa a mudar em 4 de fevereiro de 1992, quando a juventude venezuelana se insurgiu acompanhada pelo comandante Hugo Chávez. Ergueram as bandeiras da democracia verdadeira, constituinte e independente, explicou Maduro. “Ali começou a ser gestada a grande revolução que depois terminou solidificada com a vitória de 6 de dezembro de 1998”, quando Hugo Chávez obteve a presidência, lembrou.

Sobre a intensa participação popular, Maduro afirmou que se trata de um “povo consciente que se mobiliza sempre. Esta marcha não é somente uma exigência física, mas demonstra o músculo ideológico, ético, a fortaleza das ideias e convicções”.

O vice-presidente apontou que este é o povo que está cansado de traições e está disposto a seguir construindo o socialismo. “Vamos até o socialismo, a felicidade, a democracia verdadeira, a liberdade suprema e a construção de uma sociedade estável”, acrescentou.

A manifestação ocorre em um momento em que o país atravessa uma peculiar situação política devido à enfermidade do presidente Chávez, o que é aproveitado pela direita para fazer pressões desestabilizadoras. Assim, o ato de hoje foi também uma reafirmação do apoio popular ao governo bolivariano.

"Democracia verdadeira popular, liberdade verdadeira, soberania, independência nacional, patriotismo, inclusão, igualdade, educação e saúde para todos", assim Nicolás Maduro definiu o caráter da revolução bolivariana.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva com AVN