China ampliará abertura do mercado de capitais a estrangeiros

O presidente da Comissão Reguladora do Mercado Acionário da China, Guo Shuqing, revelou nesta segunda-feira (14), no Fórum Asiático de Finanças, que o país vai elevar em até dez vezes a cota de investimento para os Investidores Institucionais Estrangeiros Qualificados (QFII).  

Hoje, o índice representa cerca de 1,5% do mercado de ações classe A denominadas em yuan para estrangeiros. A Bolsa de Valores reagiu imediatamente ao anúncio de forma positiva, com um salto de 3,06%, ultrapassando os 2.300 pontos.

Para o diretor do Yingda Research, Li Daxiao, a notícia é favorável ao mercado de capitais do país.

"Investidores institucionais estrangeiros elaboram normalmente planos de investimento de longo prazo. Eles são mais racionais, além de possuir um conceito de aplicação focando no real valor das ações. Na sua maioria, eles optam por papéis Blue Chips, ou seja, papéis valorizados, que servem como referência para nós em relação às atividades de investimento."

Para as autoridades reguladoras do mercado acionário do país, a entrada de investidores institucionais estrangeiros deve desempenhar um papel positivo na otimização da estrutura dos investidores, na elevação da eficiência do mercado e na redução de oscilações. Dados oficiais mostram que os QFII aumentaram, desde agosto passado, a compra de ações. Somente em outubro, eles efetuaram compras dez vezes maiores que o acumulado dos primeiros sete meses do ano.

Para Li Daxiao, as palavras de Guo Shuqing são apenas um incentivo ao mercado acionário classe A. É preciso tempo para que a notícia gere efeitos reais no mercado.

"Para mim, a abertura do mercado de capitais levará um longo tempo. Ela caminha junto com a abertura do câmbio do yuan e do mercado de finanças. Desta vez, o mercado de ações pode entrar em uma nova trajetória de alta, que talvez dure muito tempo. O anúncio de Guo é apenas um incentivo. Aliás, o aumento da cota de investimento para estrangeiros vai ser gradual."

A ampliação da participação dos investidores institucionais estrangeiros vai trazer novos capitais e também o conceito de investimento mais racional, o que deve favorecer a construção do mercado classe A do país.

"Devemos ficar atentos pois, no futuro, o mercado classe A vai ter mais ligação com o mercado internacional. Isso é importante para criarmos um conceito racional de investimento, abandonando a especulação que circulava ao nosso redor. O mercado classe A vai passar a ser mais aberto e racional."

Fonte: CRI