Exigir saída de Assad é demanda impossível, diz chanceler russo
A renúncia do presidente Bashar Al Assad, como exigem potências ocidentais para negociar um fim do conflito na Síria, hoje, é hoje uma demanda inatingível e impossível, disse o chanceler russo, Sergei Lavrov.
Publicado 14/01/2013 09:36
"Nossos parceiros exigem que Assad seja excluída do processo político, como um pré-requisito, mas esta premissa não está incluída nos pontos da Declaração de Genebra de 30 de junho", lembrou o chefe da diplomacia russa em um comunicado divulgado em Damasco.
Naquela ocasião, a Força Tarefa sobre a Síria concordou com um fim das hostilidades, a elaboração de uma nova constituição e novas eleições para formar um novo governo, sem exigir de antemão a saída do presidente sírio.
"Portanto, tal pré-condição é inatingível ou impossível de implementar, uma vez que não depende de ninguém", disse o chanceler russo em Moscou, citado nesta segunda-feira (14) pela televisão estatal síria.
Lavrov pediu à oposição síria que siga o exemplo do presidente e apresente as suas ideias sobre a realização de um diálogo político para acabar com 22 meses de hostilidades com o governo.
"Assad, na semana passada, apresentou várias iniciativas que convidam todos os opositores ao diálogo. Tais propostas parecem realizáveis e pouco sérias para outros", considerou. "Mas são passos reais e, se eu estivesse no lugar da oposição síria, apresentaria minhas ideias sobre o lançamento de um diálogo", Lavrov sublinhou.
O roteiro estabelecido pelo presidente e lançado pelo governo está em linha com o que foi acordado na cidade suíça no ano passado, a fim de realizar a paz.
Da mesma forma, Lavrov ressaltou a necessidade de o governo e a oposição chegarem a um consenso sobre as dimensões e os prazos da fase de transição, durante a qual serão preparadas novas eleições gerais.
O chanceler disse que na reunião de 11 de janeiro, em Genebra, na Suíça, entre o vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanov, o subsecretário de Estado, William Burns, e o enviado da ONU, Lakhdar Brahimi, ficou consensuada a necessidade de encontrar uma solução política para a crise.
"O que nos une sobre esta situação é a crença de que a única parte que irá se beneficiar se a violência for mantida são extremistas e fanáticos ligados a grupos terroristas vinculados à Al-Qaeda", disse Lavrov.