MTST faz nova ocupação em Brasília: a primeira em 2013
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez uma ocupação, na última sexta-feira (4), no Distrito Federal (DF). A ação, que ocupou um prédio abandonado do Pistão Sul, na região de Taguatinga, no entorno de Brasília, deu início às ocupações urbanas de 2013, anuncia o movimento social.
Publicado 07/01/2013 11:52
“Aqui, na capital do país, onde a especulação imobiliária impera, onde o déficit habitacional não diminui, apesar das promessas, e, sobretudo, onde os movimentos sociais são brutalmente reprimidos. Não se pode achar, portanto, que os trabalhadores e as trabalhadoras vão parar de lutar”, diz o manifesto publicado pelo MTST explicando as razões da ocupação.
“É por isso, então, que ocupamos, com as mãos do povo, para uma gestão coletiva, o famoso esqueleto abandonado do Pistão Sul, na região de Taguatinga”, e acrescenta que “Mais uma vez estamos ocupando por um direito básico: moradia”.
Segundo os representantes do MTST, a ocupação representa a busca pelo cumprimento da Constituição Federal. “Ocupamos terra como mecanismo de luta por moradia digna para centenas de cidadãos constantemente tratados como se fossem menos cidadãos que aqueles do Lago Sul, que por anos ocuparam terras sem título e para os quais foram concedidos os terrenos”. O Lago Sul é um dos bairros nobres da cidade de Brasília, onde foram construídas mansões e palacetes.
Novo Pinheirinho
O MTST explica que o “esqueleto abandonado, onde agora se instala o Novo Pinheirinho, tem um título de posse de quase 30 anos, e quem mora no DF sabe que depois que houve uma construção há mais de 20 anos, aquilo está largado, só servindo para o enriquecimento dos donos através da especulação imobiliária. Nesses 30 anos o prédio já foi quase demolido, e continua sem cumprir a função social da propriedade, como manda a Constituição da República”.
A região é central – o que a transforma num local adequado para a moradia de trabalhadores -, diz o MTST, reivindicando que “este esqueleto seja requalificado, se tornando moradia digna para centenas de famílias e que o DF tenha estruturada uma verdadeira política urbana”.
“As famílias que agora fazem esta nova ocupação a fazem com um grito de Paz e um grito de Justiça. Paz porque não se faz ocupação por prazer, por diversão ou vandalismo. A ocupação ocorre para proporcionar vida digna às famílias. Vida onde as crianças possam ser educadas com qualidade, onde a violência passará longe. Por isto também, desde já repudiamos qualquer ação violenta contra o movimento”, conclui o documento.
Da Redação em Brasília
Com informações do MTST