PCdoB retorna à Câmara e assume Cultura de Campina Grande

Na última terça-feira (1º/1) foi empossada a nova Câmara de vereadores de Campina Grande, na Paraíba. O acontecimento marca a volta dos comunistas à atividade legislativa no município, após duas décadas de ausência.

O vereador Napoleão Maracajá foi eleito com 2.491 votos e representará o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Casa de Félix Araújo. Militante sindicalista, Maracajá foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Agreste da Borborema (Sintab) e promete ser a voz dos servidores públicos no Legislativo municipal.

Para o reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) – recém nomeado pelo governo estadual de uma lista tríplice em que foi eleito em primeiro lugar pela comunidade acadêmica -, o professor Rangel Júnior, que esteve presente na posse do vereador comunista, o momento é único por sua importância. “O PCdoB retoma agora um espaço político que foi perdido em 1992 num patamar diferente de ampliação e fortalecimento político. O cenário é de crescimento e de melhores condições de luta por mais qualidade de vida para o povo campinense”, enfatizou.

Em nota, o Comitê Estadual do PCdoB salientou que o mandato do vereador será pautado pela independência política frente ao governo municipal tendo como parâmetro “os compromissos com os trabalhadores e o fortalecimento de sua luta, sobretudo dos servidores municipais”.

O esclarecimento se deve ao fato de que o PCdoB participará do governo Romero Rodrigues (PSDB) e estará à frente da Secretaria de Cultura com a professora Marlene Alves de Sousa Luna, ex-reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

A posse do prefeito e secretários aconteceu logo depois da sessão da Câmara que elegeu a mesa diretora. O ex-deputado federal Romero Rodrigues assumiu a Prefeitura Municipal de Campina Grande prometendo um pacto pelo desenvolvimento da cidade, sobretudo na atenção básica à saúde e à educação. Em seu discurso ele enfatizou que procurará os governos estadual e federal, assim como as universidades e faculdades públicas e privadas, as empresas, a sociedade civil organizada, os órgãos de classe e os movimentos sociais na busca pelo trabalho profícuo e pelo crescimento local.

“Não importa o projeto político desses parceiros em potencial, Campina a ninguém terá como adversário. Da mesma forma jamais pediremos a funcionários, colaboradores e a nenhum cidadão atestados ideológicos, provas de alinhamento político ou partidário, a ninguém será pedido que decline de seus projetos ou abdique de suas posições para firmar parcerias por Campina”, declarou o novo prefeito eleito Rodrigues no discurso de posse.

Para Marlene Alves a oportunidade de contribuir para a construção de uma política pública de cultura para a cidade é um desafio estimulante. Ela acredita que ações de descentralização, democratização e acesso pleno aos bens culturais e às artes devem servir como esteio para a ação da Secretaria.

Bem recebida pelos militantes do movimento cultural e pelos artistas locais, Marlene agradeceu as incontáveis felicitações nas redes sociais e reafirmou que honrará a gestão pública, o povo brasileiro e o PCdoB. “Reafirmo meu compromisso de realizar um trabalho coletivo. Lutaremos para que as políticas públicas implementadas tenham a força transformadora que tanto almejamos”, escreveu.

De Campina Grande;
Ana Cristina Santos