Morre em Salvador o historiador Ubiratan Castro

O historiador e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Ubiratan Castro morreu na manhã desta quinta-feira (3/1), no Hospital Espanhol, em Salvador, em decorrência do agravamento de uma inflamação. Ele era renal crônico e, em setembro, deu entrada na unidade de saúde, onde foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Ubiratan tinha 64 anos e desde 2007 dirigia a Fundação Pedro Calmon (FPC), entidade ligada à Secretaria de Cultura do Esatdo (Secult-BA). O professor é também um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (Ceao), foi presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador (CDCN) e assumiu a Fundação Palmares durante a gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura.

A ex-vereadora Olívia Santana (PCdoB), que também faz parte do movimento negro e era amiga pessoal do historiador, lamentou a morte. “É uma perda irreparável. Ele era uma fonte do conhecimento, uma figura especial para todos nós, principalmente para o povo negro do Brasil e da Bahia. Ainda estou muito sentida com a notícia”, disse a comunista.

O governador Jaques Wagner decretou luto oficial de três dias, a começar por essa quinta. “Salvador e toda a Bahia perdem uma figura de grande importância para a cultura nacional. Ele nos deixa um legado inestimável de trabalho, dedicação e valorização da cultura baiana”, falou Wagner.

Formado em História pela Universidade Católica de Salvador e em Direito pela UFBA, Castro fez mestrado em História pela Université Paris X-Nanterre e doutorado Université Paris IV-Sorbonne. Ocupava a cadeira de número 33 da Academia de Letras da Bahia (ALB).

Foram publicados por Ubiratan Castro os livros "A Guerra da Bahia", "Salvador Era Assim – Memórias da Cidade e Sete Histórias de Negro" e "Histórias de Negro".

O corpo do professor está sendo velado no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, e será cremado na sexta-feira (4), às 10h, no cemitério Jardim da Saudade.

De Salvador,
Erikson Walla