“Não é possível conviver com tanta desigualdade”, diz Haddad

 Antes das 14 horas da última terça-feira (1º), militantes e apoiadores de Fernando Haddad e Nádia Campeão, empunhavam bandeiras vermelhas e do Brasil em frente ao Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura de São Paulo.

Por Ana Flávia Marx*

Haddad e Nádia

A transmissão de cargo de Gilberto Kassab para o prefeito eleito, marcada oficialmente para as 16 horas, recebeu centenas de pessoas, que aguardavam. Antes da solenidade, Haddad e Nádia reafirmaram seu compromisso durante a posse realizada na Câmara Municipal de São Paulo.

Em seu discurso, Nádia homenageou o primeiro prefeito de São Paulo, Antonio da Silva Prado, cujo em sua gestão ocorreu a construção de grandiosas obras, como o Teatro Municipal, a Pinacoteca do Estado, a Estação da Luz e a Avenida Tiradentes.

Nádia defendeu também uma nova fase de desenvolvimento na cidade. “São Paulo precisa superar o fosso da desigualdade social. Enquanto isso não ocorrer, não se fará Justiça ao direito de plena cidadania a todos os paulistanos", disse.

Já na sede da prefeitura, no início de seu discurso, Haddad relembrou a atividade “Existe Amor em São Paulo”, que ocorreu antes da votação do segundo turno, na Praça Roosevelt.

Segundo o prefeito eleito, o lema expressa o que os paulistanos esperam do seu governo. “Cada projeto individual, para a sua realização, depende do projeto coletivo, dependo do funcionamento da cidade, depende da generosidade dos cidadãos uns para com os outros”.

Prioridades

Fernando Haddad discorreu sobre as prioridades de seu governo e categoricamente reafirmou que a erradicação da miséria é a primeira delas. “Não é possível conviver por mais tempo com tanta desigualdade, com tanto descaso, com tantas mazelas”.

Outro ponto central para o prefeito é a renegociação da dívida do município com a União. A dívida, que soma R$ 58 bilhões, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, impede a prefeitura de obter novos empréstimos e, consequentemente, acompanhar o ritmo de expansão dos investimentos públicos.

“Nós não podemos conviver com uma dívida que é 200% da nossa arrecadação e que compromete toda a capacidade de investimento”, ressaltou Haddad.

A qualidade do serviço público nas áreas de educação e da saúde também será premente em seu governo. “Temos que ter compromisso com as metas de qualidade tanto de saúde quanto de educação e colocar São Paulo na vanguarda dos serviços públicos de qualidade”.

Demonstrando abertura para convênios com os governos estadual e federal, ao falar das metas sobre moradia, Haddad evocou o compromisso dos três níveis de governo para resolver o problema de falta de habitação na cidade.

“Vamos dar as mãos ao governador Alckmin e à presidenta Dilma Rousseff nesse esforço de trazer moradia digna para o povo da nossa cidade”, disse o empossado, ao lado de uma ocupação de manifestantes sem-teto.

* Ana Flávia Marx é jornalista