Crise da segurança em SP: mais quatro morrem em Barueri
Quatro homens foram assassinados em Barueri, na Grande São Paulo. Segundo a polícia, eles estavam em frente a uma padaria quando foram atingidos por disparos vindos de um carro e de uma moto. Foram disparados ao menos 40 tiros. O crime aconteceu no bairro Vila Universal, no domingo (23). As vítimas foram identificadas como Alexandre Leite Soares, 42, Paulo Roberto Santos, 42, e os irmãos Anderson Cunha, 37, e Augusto Cesar Cunha, 43. Nenhum deles tinha passagem pela polícia.
Publicado 25/12/2012 13:10
As vítimas foram identificadas como Alexandre Leite Soares, 42, Paulo Roberto Santos, 42, e os irmãos Anderson Cunha, 37, e Augusto Cesar Cunha, 43. Nenhum deles tinha passagem pela polícia.
Outros casos
O autônomo Alex Marques do Vale, 30, conversava com amigos em um bar em São Paulo quando dois homens em uma moto dispararam contra os clientes. Eram 23h05 do dia 31 de outubro.
Alex, que já tinha sobrevivido a uma tentativa de homicídio seis anos atrás, ao ser baleado de raspão na cabeça em um assalto em Campinas, não resistiu. Levou seis tiros.
Nas periferias, esses assassinos passaram a ser chamados de "motoqueiros fantasmas". Chegam com a placa da moto tampada, atiram e fogem sem serem reconhecidos.
Assim como Alex, outras 39 pessoas também foram mortas por motoqueiros de 24 de outubro a 27 de novembro, segundo levantamento divulgado pela Folha de S. Paulo no sábado (23).
Nas últimas semanas, 93 delegacias da cidade foram visitadas e em 74 delas foram obtidos dados sobre os casos de homicídios. Segundo o levantamento, 132 pessoas foram assassinadas no período.
Os números apurados se aproximam da totalidade de casos de novembro, divulgados na sexta (21) pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), quando 170 pessoas foram assassinadas na cidade.
Foi um dos períodos mais sangrentos vividos pelos moradores da capital paulista –em média, só novembro teve 5,6 assassinatos por dia.
Até então, as circunstâncias dessas mortes nunca haviam sido divulgadas, já que a Segurança Pública alega que os dados são sigilosos para não atrapalhar as investigações.
O levantamento constatou que 83 das 132 vítimas levaram vários tiros em regiões vitais, como cabeça e peito, o que revela que elas não tiveram chances de defesa e, provavelmente, foram pegas de surpresa.
A morte de seis suspeitos na Penha (zona leste), em maio, por policiais da Rota, é apontada como o início do crescimento de ataques a PMs –seguidos por mortes de supostos criminosos. O número de policiais militares mortos é recorde: 106 neste ano.
A onda de violência levou à queda de Antonio Ferreira Pinto da pasta da Segurança Pública, substituído por Fernando Grella. Em dezembro, segundo o governo, a situação melhorou, com queda nos homicídios.
Fonte: Folha de S. Paulo