Publicado 21/12/2012 10:20 | Editado 04/03/2020 16:28
Na última quarta-feira, 19 de dezembro de 2012, recebi uma ligação telefônica do camaarada Simião Brandão, de Camocim, informando sobre o falecimento do Seu Nilo, um também camarada e combatente das causas do povo, pelo socialismo, por uma pátria soberana, livre e independente. Filho de Pedro Rufino, um dos fundadores do Partido Comunista em Camocim, seu Nilo atuou por muitos anos no PCB, mas quando percebeu que o partido havia perdido a perspectiva revolucionária, de transformação social, quando não tinha mais resposta científica, revolucionária e avançada à queda de um dos modelos de socialismo no leste europeu e na antiga União Soviética, e portanto proprunha mudar o nome, o estatuto e os símbolos, seu Nilo e outros comunistas de Camocim enxergaram no PCdoB a continuidade da sua luta, da sua história e da história de luta e combate do seu pai, Pedro Rufino, por uma nova sociedade, mais avançada e com uma vida melhor para os trabalhadores.
Deste período em diante, seu Nilo passou a atuar no PCdoB com a mesma determinação, coragem e disposição de sempre. Participando da direção do partido, das reuniões e decisões, buscando encontrar o melhor caminho para o partido se apresentar aos trabalhadores e ao povo. Seu Nilo foi um fiel combatente das causas justas e mais sensíveis do povo, da sua gente.
Com seu jeito simples, sua fala mansa, tranquila, mas com a firmeza da convicção revolucionária da transformação social e da organização do povo para mudar a vida, enfrentou muitos desafios e tempos difíceis, como a falta de democracia e o projeto neoliberal que rebaixou muito a vida do povo. Lutou contra os dois e viu florescer com o Presidente Lula um novo amanhã, novas possibilidades na sociedade brasileira. Sonhou e viveu ainda novos dias, com a certeza que o socialismo está mais próximo, que demos passos iniciais.
Nestes meus vinte anos de militância no PCdoB, tive várias e honradas oportunidades de estar com seu Nilo, dialogar com ele sobre as questões do partido, da vida do povo, da nossa luta. Tive oportunidade de ver seus olhos brilharem ao falar das histórias de luta do camarada Pedro Rufino, seu pai. Tive lições de paciência como elemento da tática, de tenacidade para alcançar os objetivos maiores que nos guiam. Todos os comunistas brasileiros estamos tristes com o falecimento do seu Nilo e queremos expressar nossos mais profundos sentimentos a toda a sua família, mas ao mesmo tempo afirmar que o sonho, a convicção, a luta de seu Nilo, herdado do seu pai Pedro Rufino e da sua convicção revolucionária, permanecerão vivas por muitas gerações de comunistas que terão no seu Nilo a presença e o exemplo.
*Miguel Silva é professor do Curso de Licenciatura em Matemática/UVA e Presidente do Comitê Municipal do PCdoB/Sobral.
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