Crise no setor calçadista é apontada como motivo de demissões
Convocada para debater as demissões da empresa Vulcabrás Azaléia, a audiência pública realizada na tarde da última terça-feira (18), na Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados, em Brasília, constatou que existe uma concorrência desleal no na fabricação de calçados, e que este é um dos motivos da crise no setor calçadista.
Publicado 19/12/2012 21:50 | Editado 04/03/2020 16:17
Uma das motivações para o encontro, proposto pelo deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), foi o anuncio do fechamento de 11 das 12 unidades do parque industrial da Vulcabrás Azaleia na região de Itapetinga, interior da Bahia. Participaram do evento, representantes dos trabalhadores e empresários do setor, do Governo da Bahia e Governo Federal, além de prefeitos das cidades atingidas.
Segundo Milton Cardoso, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, os sapatos com origem chinesa, especialmente os esportivos, chegam a outros países desmontados, para serem exportados, sem as taxas antidumping. Isso provoca a venda dos produtos abaixo do preço no mercado brasileiro.
Durante a audiência, representantes do governo afirmaram que uma série de isenções já foram garantidas ao setor, porém reconheceram que o problema se mantém, e assumiram o compromisso de buscar novas medidas em âmbito federal.
O deputado Daniel Almeida aproveitou a oportunidade para apresentar dois requerimentos à Comissão, com o objetivo de convocar os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Fernando Pimentel, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para tratar o assunto.
Demissões em massa na Bahia
O encerramento das atividades de parte do parque industrial da Vulcabrás Azaléia provocou aproximadamente 4 mil demissões, atingindo as cidades de de Itororó, Caatiba, Macarani, Firmino Alves, Iguaí, Ibibuí, Itaranti, Potiraguá, Itambé e o distrito de Bandeira de Colônia, pertencente a Itapetinga
Em relação às demissões, Nilton Vasconcelos, secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia, presente na audiência, defendeu a liberação de mais duas parcelas adicionais do seguro-desemprego para os trabalhadores atingidos.
O gestor afirmou ainda que outras providências estão sendo adotadas em âmbito estadual. Entre elas, a oferta de duas mil vagas em cursos de qualificação profissional já a partir de janeiro próximo. Além disso, por meio do SineBahia, a Setre vai intensificar a captação de vagas em empresas já existentes na região, além de estimular a geração de renda através de cooperativismo.
Ascom/ Daniel Almeida