Mobilizados, moradores da Vila Itororó evitam despejo
Prazo de imissão na posse do imóvel, localizado no bairro da Bela Vista, em São Paulo, foi prorrogado até 10 de janeiro; famílias ainda lutam por atendimento habitacional.
Publicado 18/12/2012 16:56
Depois de muita mobilização dos moradores, foi prorrogado o prazo de imissão na posse da Vila Itororó, localizada no centro de São Paulo. Com isso, as famílias poderão ficar em suas casas até pelo menos 10 de janeiro do próximo ano.
Nesta segunda-feira (17), os moradores terão uma reunião com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde discutirão alternativas de moradia.
Histórico
Uma das mais antigas vilas urbanas de São Paulo, a Vila Itororó é cenário, há vários anos, de uma batalha entre a Prefeitura, que quer transformá-la em centro cultural e gastronômico, e os moradores, que lutam para terem seus direitos reconhecidos.
A Vila foi desapropriada em 2006, e o governo do Estado decidiu, então, repassá-la à Prefeitura do município, que diz ter planos de restaurar o local. As primeiras famílias começaram a deixar a Vila em dezembro de 2011. De um total de 71, 64 foram reassentadas em conjuntos habitacionais na região.
Sete famílias, porém, permanecem na Vila. Segundo Antonia Souza Candido, que reside na Vila há 32 anos, esses moradores deveriam ter sido realocados para o empreendimento habitacional “Bom Retiro C”, localizado na Rua Guilherme Mawl, na região da Luz, também no centro. O prazo para a entrega dos imóveis era a primeira quinzena de dezembro deste ano. No entanto, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) prorrogou o prazo para abril de 2013.
Em dezembro deste ano, os moradores foram surpreendidos com uma notificação de que deveriam deixar a vila até o dia 14 do mesmo mês. Sem ter para onde ir ou qualquer tipo de auxílio, como bolsa-aluguel, as famílias procuraram inicialmente a Secretaria de Habitação (Sehab), que as aconselhou a contatar a Secretaria de Cultura, responsável pelas futuras obras de restauração da vila.
Dentre os atuais moradores da Vila estão idosos com problemas de saúde e crianças de até três anos.
Fonte: Brasil de Fato