Clarin: novo golpe da justiça adia Lei de Meios
A luta do governo argentino para que o maior conglomerado de mídia do país, e um dos maiores da América Latina, o grupo Clarín, cumpra a Lei de Meios está longe de um desfecho. Nesta terça-feira (18), o mesmo juiz de primeira instância, que declarou constitucionais os artigos 45 e 161 da lei, nesta segunda-feira (17), aceitou o recurso judicial do Grupo Clarín e determinou a manutenção da liminar interposta pelo grupo para frear a aplicação plena da lei.
Publicado 18/12/2012 19:09
Dessa forma, ficou temporariamente sem efeito a medida anunciada nesta segunda-feira (17) pelo titular da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audio-Visual (Afsca), Martín Sabbatella, que esteve na sede do Clarín para notificar o início do processo de desinvestimento previsto na lei, segundo a qual o grupo tem que se desfazer de algumas de suas empresas. A questão foi encaminhada para a Câmara de segunda instância.
No texto redigido pelo juiz federal Horacio Alfonso, ele aceita que a liminar conseguida pelo grupo há três anos se estenda até que a sentença de constitucionalidade dos artigos seja revisada pela Câmara Civil e Comercial, instância que a um dia do término do período determinado como limite para que as empresas apresentassem suas propostas de desinvestimento, estendeu a medida cautelar “até que uma medida definitiva fosse ditada”.
A questão agora será julgada pelos juízes Ricardo Guarinoni, Francisco de las Carreras e María Susana Najurieta. Carreras já havia sido denunciado pelo governo por ter participado de um evento em Miami para debater esta mesma lei, com financiado do grupo Clarín. Sabbatella chegou a afirmar: "tínhamos razão quando dissemos que os juízes que viajam a Miami financiados pelo Clarín terminam convertidos em sua equipe jurídica”.
A transferência de ofício, iniciada pela Afsca nesta segunda-feira (17), está prevista para os grupos que têm mais licenças de rádio, televisão que as previstas pela nova regulação e que não apresentaram um "plano voluntário" de desinvestimento até a data determinada pela legislação – 7 de dezembro, ou 7D. De acordo com o governo, o Clarín foi o único dos 21 grupos midiáticos que não apresentou seu plano de desinvestimento voluntário.
De acordo com a lei, uma empresa pode ter no máximo 35% do mercado a nível nacional e 24 licenças (atualmente, o grupo detém 240), sendo dono de 41% do mercado de rádio, 38% da TV aberta e 59% da TV a cabo.
Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva, com agências