A nova cara da América
Novas projeções do Bureau do Censo dos Estados Unidos indicam que a população branca, se não caminha para o desaparecimento, deixará de ser, em futuro não muito distante, cinquenta anos, maioria em relação às atuais minorias, formadas basicamente por negros, hispânicos, asiáticos, muçulmanos e outras etnias, além das mulheres, sobretudo as solteiras, educadas e ativas profissionalmente, e homossexuais.
Por Eliakim Araújo
Publicado 15/12/2012 18:10
A previsão é que em 2043 a nação estará dividida, meio a meio, entre a maioria branca e as minorias. Nenhum grupo será majoritário, embora os brancos continuarão sendo o maior de todos.
Em 2060, no entanto, segundo as mesmas projeções, as minorias, que agora representam 37% da população dos EUA, serão 57%, enquanto os brancos tradicionais serão apenas 43%.
Para se ter uma ideia do declínio da população branca nos EUA: em 1960 os brancos eram 85%, em 2000 eram 69% e neste momento eles representam 64% da população atual, estimada em 315 milhões de pessoas.
É uma mudança histórica que já pode ser sentida nas escolas, no mercado de trabalho e no eleitorado.
Na mesma toada, o espanhol caminha para disputar com o inglês a preferência nacional. Levam vantagem hoje no mercado de trabalho das grandes cidades os jovens que falam os dois idiomas. Empresas privadas e praticamente todos os órgãos do governo federal, inclusive IRS (imposto de renda) e Social Security (previdência) possuem serviços de atendimento em espanhol. Nas escolas, há serviços em espanhol para crianças que chegam de seus países sem falar o inglês.
O fenômeno tornou-se claro na última eleição presidencial, quando Mitt Romney abocanhou 59% dos votos do eleitorado branco mas perdeu fragoramente no voto das populações minoritárias. Os números indicaram que 44% dos votos democratas vieram de minorias contra apenas 11% dos votos republicanos.
Os republicanos mais preparados sentiram o golpe. Avaliam que o partido precisa ser reformulado urgentemente, em termos de pessoas e ideias. Precisa se libertar dos radicais extremistas e voltar-se para as necessidades e aspirações do eleitorado, que estão mudando rapidamente.
Obama ganhou essa eleição não porque tenha feito um bom trabalho nos seus quatro anos na Casa Branca, mas porque, espertamente, percebeu que o mundo mudou e com ele o perfil do eleitorado estadunidense.
Essa é a nova cara da América, como eles se autodenominam. Não apenas uma, mas várias caras, de todas as cores, raças e sexo, que poderão se juntar para formar uma sólida base capaz de dominar a vida política estadunidense nas próximas décadas, com ou sem os atuais partidos políticos.
Fonte: Direto da Redação