OCDE: projeção para o crescimento mundial em 2013 será menor
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório semestral divulgado nos últimos dias, alertou para as perspectivas econômicas globais. Segundo a pesquisa, a economia global deve crescer menos do que se esperava em 2013 e, além disso, enfrentará o risco de uma nova recessão se os responsáveis pelas políticas econômicas da zona do euro e dos Estados Unidos não conseguirem resolver seus problemas fiscais.
Publicado 28/11/2012 09:04
A OCDE reduziu sua projeção de crescimento em 2013 para 31 de seus 34 integrantes. "Depois de cinco anos de crise, a economia global está se enfraquecendo novamente", disse o economista-chefe da OCDE, Pier-Carlo Padoan. "O risco de uma nova grande contração não pode ser descartado."
A OCDE prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) combinado de seus 34 integrantes vá crescer 1,4% no ano que vem, igual ao aumento esperado para 2012, e acelerar-se para 2,3% em 2014. Em maio, a OCDE havia projetado crescimento de 1,6% para este ano e 2,2% no próximo.
A organização agora espera que a economia da zona do euro vá se contrair 0,1% em 2013, ante a projeção anterior de expansão de 0,9%. A economia dos Estados Unidos deverá avançar 2%, em vez dos 2,6% esperados em maio.
A OCDE disse que a crise fiscal e bancária da zona do euro continua sendo a maior ameaça à economia mundial e alertou que a área de moeda comum pode não sobreviver na sua forma atual. "A zona do euro, que está passando por pressões significativas por fragmentação, pode estar em perigo", afirmou Padoan.
Já em relação aos EUA, a OCDE recomenda que o déficit público deve ser enfrentado de maneira gradual, sem medidas muito fortes de austeridade, como o abismo fiscal – conjunto de aumento de impostos e cortes nos gastos do governo que pode entrar em vigor no início do ano que vem -, que possam derrubar a economia.
Para a Ásia, a previsão é que o crescimento da China desacelere para 7,5% neste ano, como resultado do enfraquecimento das exportações e os esforços de Pequim para conter a alta nos preços. O país deve ter uma retomada em 2013, com projeção de expansão de 8,5%, chegando a 8,9% em 2014. O Japão deve crescer apenas 0,7% em 2013, menos da metade da alta de 1,5% esperada em maio.
A organização calcula que o Brasil vai crescer 4,0% em 2013, um resultado bem melhor que a expansão de 1,5% esperada para este ano. Para 2014, é projetado um crescimento de 4,1% do PIB.
A OCDE exortou os bancos centrais da zona do euro, Japão e China a apresentar mais estímulo para suas economias. A organização disse que os governos devem desacelerar seus cortes orçamentários, que estariam prejudicando o crescimento em um grau maior que o esperado. Se a economia global de fato se contrair, a OCDE disse que os bancos centrais devem diminuir suas taxas de juros e implementar "um afrouxamento quantitativo adicional muito mais forte", enquanto governos de países como China e Alemanha, que têm superávits comerciais, devem lançar um estímulo fiscal temporário.
Fonte: Valor Econômico