OLP: Voto contra Palestina sinalizaria que só luta armada resolve
Quatro dias antes que as Nações Unidas votem pelo reconhecimento da Palestina como Estado observador, a Organização para a Libertação da Palestina está esperando uma “grata surpresa” na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Por Amira Hass, em Haaretz
Publicado 27/11/2012 11:31
De acordo com fontes da OLP, representantes de mais sete países indicaram que vão votar para admitir a Palestina como estado observador. Cinco outros países europeus já anunciaram que apoiarão a proposta e o ministro de Relações Exteriores, Laurent Fabius, já divulgou que a França votará a favor.
“Até umas duas semanas estávamos temendo porque só três países tinham dito que votariam a favor”, disse um quadro da OLP ao Haaretz. Fontes da OLP afirmam que a Inglaterra já desistiu de pedir aos palestinos para adiarem sua proposta. “O Estados Unidos, que estavam ocupado com as eleições, contrataram a Inglaterra para fazer pressão, o que não deu certo”, disse a fonte. A OLP disse que também estava feliz com o fato de que a Alemanha, que provavelmente iria se opor à moção, ao menos não tenha usado seu poder para dissuadir outros países de darem um voto a favor.
“Quem não votar a favor é um covarde e um imoral, esta é a nossa mensagem”, disse um outro membro do time diplomático palestino, que nos últimos dois meses tem travado o que chamou de “uma luta diplomática e política” nas capitais europeias, tentando convencê-los de que votar pelo status da Palestina como estado observador era dar um voto para a solução dos dois estados no marco das fronteiras de 1967.
Depois do cessar-fogo na Operação Pilar de Defesa, que os palestinos veem como uma vitória do Hamas, a equipe diplomática palestina disse que “um voto contra será um claro sinal para o povo palestino de que só a luta armada trará conquistas, e que a luta diplomática está condenada ao fracasso desde o princípio”.
O corpo diplomático palestino consiste de jovens diplomatas do Ministro das Relações Exteriores da Palestina, da Comissão Fateh para as Relações Internacionais, liderada por Nabil Saath, e por quadros do departamento de negociações da OLP. Para o dia da votação, nesta quinta-feira, os palestinos esperam convencer o máximo de países europeus que for possível, ao menos a se absterem.
A resolução é certo que passará, mas de importância particular para os palestinos são os votos dos países que não estão entre os 136 que já reconheceram a Palestina como estado desde 1988, especialmente os países europeus. A comunidade cristã palestina já tomou parte nos esforços diplomáticos, publicando um comunicado no qual registram a responsabilidade histórica da Europa em assegurar os direitos dos palestinos.
Fonte: Carta Maior