PCdoB-BA lamenta morte do ex-deputado federal Sérgio Miranda
O Diretório Estadual do PCdoB na Bahia recebeu com pesar a notícia da morte do ex-deputado federal Sérgio Miranda, na madrugada desta segunda-feira (26/11), em Brasília, em decorrência de um câncer. O parlamentar foi um nome importante para a formação do partido baiano e, na condição de dirigente nacional, contribuiu para a resolução de problemas internos que colocaram em risco a existência do PCdoB-BA, no período da Ditadura Militar.
Publicado 26/11/2012 21:04 | Editado 04/03/2020 16:17
Naquela época, um dos dirigentes do partido no estado era o professor Olival Freire, hoje integrante do Diretório Nacional, que, em declaração ao Vermelho, lamentou a perda. Ele conheceu Sérgio Miranda no final de 1979 e início de 1980, logo após a Anistia , quando o PCdoB decidiu promover uma atividade política mais ofensiva contra o regime militar e a favor da liberdade, não só na Bahia, mas em todo o Brasil.
“É nesse momento, também, que acontece uma luta particular do PCdoB na Bahia, luta essa que colocava em risco o partido. O dirigente nacional que teve contato conosco [durante o conflito] foi Sérgio e ele ajudou muito na formação do partido neste período”, contou Freire.
Olival explica que a participação efetiva do parlamentar na resolução dos problemas internos foi fundamental para a manutenção do partido baiano e que o episódio será sempre lembrado. “Sérgio Miranda foi de grande valia nesse processo de luta interna. O que é o PCdoB na Bahia hoje, nós temos uma dívida com a ajuda que ele nos deu”, acrescenta.
Além de Olival, fazia parte da direção do estado naquela época, Julieta Palmeira, do Diretório Nacional do PCdoB que também lamentou a morte de Sérgio Miranda . “Ainda que depois ele tenha saído [Miranda estava filiado ao PDT], não se pode negar a importância das contribuições dele para a reestruturação do partido naquele período e na Bahia, afirma.Julieta Palmeira participou ao lado de Olival Freire , Antonio do Carmo e outros camaradas do nucleo estudantil de estruturação do partido na Bahia.
Sérgio Miranda tinha 65 anos, trabalhava na Fundação Pasqualini, instituição mantida pelo PDT, e lutava contra um câncer no pâncreas. Ele é natural de Belém do Pará, teve quatromandatos de deputado federal por Minas Gerais, um mandato de vereador por Belo Horizonte e disputou à prefeitura da cidade, em 2008, mas não se elegeu.
O velório de ex-comunista acontece em Brasília e o enterro está marcado para a manhã dessa terça-feira (27), às 11h.
De Salvador,
Erikson Walla