Brasil defende que ONU debata tensões na Faixa de Gaza
O permanente clima de tensão no Oriente Médio – intensificado na última semana com a crise envolvendo israelenses e o Hamas na Palestina – preocupa o governo brasileiro, que considera fundamental a discussão do tema no âmbito das Nações Unidas, com respeito à posição da Liga Árabe. Uma das maiores colônias árabes do mundo vive no Brasil e a comunidade judaica também é bastante atuante no país, o que incentiva o governo a considerar o assunto entre suas prioridades.
Publicado 24/11/2012 11:52
Nos últimos dias, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, para obter informações e colocar-se à disposição. Patriota reiterou a preocupação com a violência na região, defendeu o diálogo e a criação do Estado da Palestina como caminhos para a solução da crise.
Paralelamente, o emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto, disse à Agência Brasil que mantém conversas frequentes com o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, e com os embaixadores brasileiros na região. O embaixador brasileiro e Brahimi se reunirão na próxima semana, em Nova York, para conversar sobre o tema.
“A preocupação é perene. O governo do Brasil acredita que o tema de fundo, envolvendo a tensão no Oriente Médio, está centrada na questão palestina. Para nós, a defesa de um Estado da Palestina faz parte da moral e ética do Brasil, pois, em 1948, quando foi criado o Estado de Israel, a sessão na ONU era presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, e a questão foi muito bem colocada por nós à época”, disse Melantonio Neto.
Melantonio Neto destacou ainda que o governo brasileiro, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, está em alerta para ajudar os brasileiros que vivem nas áreas consideradas sob ameaça. Segundo ele, se um cidadão pedir ajuda ao governo, receberá. “É obrigação do governo prestar apoio”, disse.
Porém, o embaixador lembra que, na maioria dos casos, os brasileiros que estão no Oriente Médio mantêm laços afetivos ou negócios e, por isso, resistem em deixar os locais onde vivem, mesmo quando há um clima de tensão. “Respeitamos, mas nos mantemos em alerta, caso necessitem do nosso apoio”, disse Melantonio Neto.
Fonte: Agência Brasil