Secretário-geral da ONU critica violência de Israel

Nenhuma preocupação de segurança se resolve com derramamento de sangue, afirmou nesta terça-feira (20) no Cairo, Egito, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em entrevista coletiva.

Nesse sentido, alertou contra a possibilidade de uma operação terrestre de grande magnitude, a qual só serviria para complicar a crise, que poderia estender-se a outros países, afirmou.

Desde meados da semana passada, o Exército israelense deslocou um poderoso contingente de tropas de infantaria e blindados para as fronteiras de Gaza e no último sábado o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que tinha sinal verde de seu gabinete para atacar.

O secretário-geral referiu-se ao perigo de que o conflito na Faixa de Gaza, no qual morreram até agora 111 civis palestinos e três israelenses, se estenda a países limítrofes, e partiu para Israel a fim de manter contatos com as autoridades desse país.

Igualmente revelou que se encontrará em Ramala com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

A esse respeito, assinalou que os palestinos se encontram em uma conjuntura decisiva para sua demanda de um Estado próprio nos territórios ocupados pelas tropas de Tel Aviv.

O fim da ocupação abrirá caminho para a solução de dois Estados, afirmou Ban Ki-moon.

O secretário-geral foi categórico ao exortar todas as partes a abster-se de continuar os ataques e expressou o ponto de vista de que "o derramamento de sangue não contribuirá para a segurança de ninguém”.

Sem mencionar nomes, a alusão se refere às declarações de Netanyahu, que defendeu a tese de que a devastação da Faixa de Gaza permitirá aos israelenses desfrutar de maior segurança.

Igualmente, anunciou que acompanhará até o ponto fronteiriço de Rafah, que separa Gaza da Península do Sinai, no Egito, a delegação de chanceleres árabes que se dirige nesta terça-feira ao território palestino em demonstração de solidariedade.

As declarações de Ban Ki-moon coincidem com persistentes versões sobre a presença no Cairo de um grupo de quatro negociadores israelenses, os quais mantêm contatos indiretos com delegados do Hamas, através de oficiais da inteligência egípcia, para fixar as condições de uma trégua, ainda distante, segundo os indícios mais fortes.

Prensa Latina; tradução da redação do Vermelho