Em sua 5ª edição, marcha pede fim do extermínio de jovens negros

Nas palavras do coordenador do Fejunes, Luiz Inácio Silva da Rocha, conhecido como Lula, as entidades e movimentos sociais do estado querem, mais uma vez, "denunciar o extermínio da juventude negra e cobrar medidas concretas das autoridades, além de lembrar o Dia da Consciência Negra”.

"O governo criou políticas de igualdade racial, mas elas não estão estruturadas. Queremos a implementação dessas políticas, queremos também mostrar que a juventude tem potencialidades e reivindicamos que se abram canais de diálogo”, acrescenta Lula, denunciando a falta de abertura e resposta por parte do governo.

A Marcha é também uma forma de chamar a atenção da sociedade capixaba para as condições de vida da população negra, objetivo que vem sendo cumprido a cada ano. De acordo com Lula, a Marcha tem cada vez mais adesão popular.

O coordenador do Fejunes acrescenta que o número de participantes deste ano deve superar o dos anos anteriores. Neste ano, são esperados mil manifestantes, entre pessoas da capital e do interior do estado, que chegam em caravanas.

A partir das oito horas começou a concentração em frente à antiga Capitania dos Portos, no centro de Vitória. Enquanto os participantes chegam para dar início à 5ª Marcha, acontecem apresentações culturais como percussão, dança e hip-hop.

No caminho até o Museu Capixaba do Negro (Mucane) haverá ato público em frente ao Palácio Anchieta, sede do governo. Na ocasião, lideranças de entidades do movimento negro e jovens vão se manifestar. Além disso, como nos anos anteriores, serão fincadas cruzes nas proximidades do Palácio em memória às centenas de jovens negros assassinados este ano no estado.

O Espírito Santo é o estado brasileiro com a segunda maior taxa de homicídios de crianças e adolescentes e perde apenas para Alagoas, segundo o Mapa da Violência 2012. O documento revela que a taxa do estado é 33,8 assassinatos a cada 100 mil habitantes. O aumento vem sendo gradativo desde 2010, quando o Espírito Santo estava em 5º lugar. Entre as vítimas, jovens negros são apontados como maioria.

Fonte: Adital