Museu do Prado em Madri completa hoje 193 anos
Em 19 de novembro de 1819 é inaugurado o Museu do Prado, em Madri, uma das mais antigas instituições públicas do mundo destinadas às artes pláticas. No início, a casa contava com apenas três salas e 311 quadros. Nos anos subsequentes, o núcleo inicial da Coleção Real foi sendo complementado com novos aportes, que ampliaram o perfil original.
Publicado 19/11/2012 09:22
O Prado não é um museu enciclopédico ao estilo do Louvre (Paris), do Hermitage (São Petersburgo), da National Gallery (Londres), ou em uma escala muito mais reduzida, o vizinho Thyssen-Bornemisza da capital espanhola, cujos acervos contêm obras de praticamente todas as escolas e épocas. Pelo contrário, é uma coleção intensa e distinta, formada, ao longo do tempo, por uns poucos soberanos aficionados pela arte, em que muitas obras foram criadas por encomenda.
Especialistas classificam o acervo do Prado como uma lição e inspiração inesgotável para novas gerações de artistas, desde Manet, Renoir e Toulouse-Lautrec, que visitaram o museu no século XIX, até Picasso, Matisse, Dali, Francis Bacon e Antonio Saura que dizia: “Este museu não é o mais extenso e sim o mais intenso”. Ou seja, uma coleção de pintores admirados por pintores.
História
Em 1785, o arquiteto Juan de Villanueva começou a desenhar os novos projetos para a construção de um museu de Ciências Naturais em Madri. Porém, após muitas alterações, o edifício em questão, ápice de sua carreira arquitetônica, acabou por se tornar a sede de uma das mais prestigiosas pinacotescas europeias.
Com a chegada das tropas napoleônicas à Espanha e a subsequente Guerra de Independência no início do século XIX, as obras tiveram de ser interrompidas. O edificio em construção foi então utilizado para fins estratégicos e despojado de toda a estrutura. Começou nesse momento a deterioração que aumentou com os anos até que no reinado de Fernando VII, sua esposa Isabel de Bragança se dispôs a recuperá-lo para que não chegasse à ruína total.
Ela foi a grande impulsionadora desse projeto de recuperação e a quem se deve o éxito final – mesmo que não tenha vivido o suficiente para saboreá-lo, pois morreu um ano antes da inauguração.
O casal de monarcas contribuiu com quantias importantes de dinheiro de sua propriedade pessoal, além de transferirem muitas obras de pintura e escultura do Palácio Real e de outras casas monárquicas.
Na parte externa, em sua fachada principal, está localizada a estátua do pintor Diego Velázquez, obra do escultor Aniceto Marinas, com a seguinte dedicatória: “Os artistas espanhois, por iniciativa do Círculo de Belas Artes, 1899”. O monumento foi inaugurado no dia 14 de junho desse mesmo ano com a presença da rainha regente e do rei Alfonso XIII.
Acervo
No museu se encontram, entre outras obras-primas, “As Meninas”, de Diego Velázquez, “A Maja Nua” e “A Maja Vestida”, de Francisco de Goya, “A Glória”, de Tiziano, ou “Retrato Ecuestre da Rainha Margarida”, de Bartolomé González, que mostra na personagem as duas joias mais famosas da Coroa da Espanha: a pérola conhecida como Peregrina e o diamante El Estanque, achado em Madri e talhado por Jacome Trezzo.
Ali podem também ser encontradas as pinturas de Goya que decoravam sua quinta de Madri, chamada de “A Quinta do Sordo”. O barão d'Erlanger mandou demolir a casa da quinta e entregou as pinturas ao museu.
O Museu do Prado abriga ainda outros grandes mestres da pintura como Brueghel, Correggio, Albrecht Dürer, El Greco, Fra Angélico, Bartolomé Murillo, Frans Pourbus, Rafael de Urbino, Rembrandt, Rubens, Tintoretto, Roger van der Weydene, Francisco de Zurbarán.
Fonte: Ópera Mundi