Lançamento do livro 'O Palhaço': Mello fala sobre cinema nacional

Na última segunda-feira (12), a editora Master Books, da apresentadora Eliana, lançou o livro "O Palhaço", na Livraria da Villa do Shopping JK Iguatemi. Em dezembro, o roteiro do filme chega às prateleiras através de parceria entre a editora Ouro Sobre Azul e o Sesc São Paulo.

"É uma alegria enorme poder lançar dois livros que vieram do filme", disse Mello à IMPRENSA. Em meio aos autógrafos para fãs, convidados e amigos, ele falou ainda sobre a cobertura feita do cinema nacional e seu relacionamento com as críticas.

Para Mello, a imprensa cobre muito bem assunto e, colocar os festivais em discussão na pauta, por exemplo, tem sido fundamental para o cinema nacional. "Tem filmes que não tem o apelo comercial tão grande. Então, os festivais são importantes porque ali é o grande palco para eles se expressarem. É bom ter a imprensa cobrindo tudo isso", afirma.

Leio, mas não na hora

Sobre as críticas, Mello compartilha de algumas opiniões do cineasta Fernando Meirelles que, em março de 2012, em entrevista à IMPRENSA, disse ver uma "cilada" nas críticas, tanto negativas quanto positivas.

"Existem críticas ótimas, que o fazem pensar e melhorar os próximos trabalhos. Mas há também as que você vê que, pela maneira em que estão escritas, que aquilo é menos uma crítica ao trabalho em si, e mais ao pessoal. Essas, procuro não ler, porque, geralmente, não acrescentam nada", afirma.

No entanto, diferente de Meirelles que disse não ler as críticas de suas obras de forma alguma, "nem antes, nem depois", o ator afirmou que lê, mas não exatamente "quando sai".

"O que tenho feito é ler fora do tempo, com distanciamento, porque aí se o filme já aconteceu ou não aconteceu, eu não fico com aquela angústia de 'ai, isso aqui que eu estou lendo, alguém vai ler e não vai ver o filme ou vai, não sei’", explica.

Da pipoca ao marcador de página

O livro "O Palhaço" busca trazer ao público um "registro poético e social" sobre o mundo do circo. Além de textos das pesquisadoras Ermínia Silvam, historiadora e especializada em cultura circense; e da diretora teatral Alice Viveiros de Castro, a obra conta com entrevista exclusiva de Mello e com uma análise do filme pelo escritor Ferreira Gullar, além de dezenas de imagens dos personagens, locações e cenas marcantes.

O dia do telefone

Foram mais de duas horas de deliberações, mas quando a Comissão Especial de Seleção da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura anunciou "O Palhaço" para representar o Brasil, a reação foi instantânea. "Meu telefone nunca tocou tanto na vida", lembra Mello sobre o dia 20 de setembro.

O diretor explica que apesar de sonhar muito com a indicação, não esperava. "A briga foi dura essa ano. Achávamos que seria o Xingu". Mas faz questão de ressaltar que o caminho é "árduo" pela frente. "Ótimo, somos representantes do Brasil, mas são 71 filmes para 5 vagas", destaca.

"O Palhaço", que disputava a vaga com outros 15 filmes brasileiros, entre eles “Xingu”, de Cao Hamburguer, “Billi Pig”, de José Eduardo Belmonte, “Paraísos Artificiais”, de Marcos Prado, e “Heleno”, de José Henrique Fonseca, pode ser o primeiro filme brasileiro a concorrer ao Oscar, desde "Central do Brasil", de Walter Salles, em 1999.

"Foi uma escolha muito difícil. O filme 'O Palhaço' consegue aliar tanto questões de um filme autoral, como de filmes para grande público, o que é uma novidade para o cinema brasileiro', disse Flavio Tambellini, membro da Academia Brasileira de Cinema ao portal UOL, à época do anúncio.

Oscar 2013

A lista com os cinco indicados só será conhecida em janeiro de 2013. A próxima cerimônia de entrega do Oscar acontece em 24 de fevereiro do próximo ano, marcando a 85ª premiação da Academy of Motion Pictures Arts and Sciences.

Fonte: Portal Imprensa