Faixa de Gaza: Israel intensifica ofensiva militar 

 Há quase quatro anos do início da operação "Chumbo Fundido", quando mais de 1,3 mil palestinos e 13 israelenses foram mortos em uma das mais sangrentas ofensivas militares na Faixa de Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, o governo israelense lança nova investida contra o território, sob bloqueio desde 2006.

Palestina

 Iniciada nesta quarta-feira (14), a operação "Pilar Defensivo" já tirou a vida de 13 palestinos. Ontem, quando o chefe militar do Hamas, Ahmed Jaabari, foi assassinado no início da operação "Pilar Defensivo", outros oito palestinos perderam a vida. Hoje, o exército israelense bombardeou novamente na madrugada a Faixa de Gaza, deixando ao menos três mortos.

De acordo com as autoridades israelenses, o ataque de hoje visava as plataformas de lançamento de foguetes de médio e longo alcance. Os ataques noturnos "danificaram significativamente a capacidade de lançamento de foguetes e os armazéns de munição operados pelo Hamas e por outras organizações terroristas", disseram em comunicado.

Em resposta à escalada de violência, as milícias palestinas, que ontem lançaram mais de 50 foguetes contra Israel, seguiram disparando projéteis durante a noite. Pelo menos três civis israelenses foram mortos, segundo agências locais.

Conforme informou o comunicado militar, a força aérea israelense também atacou durante a madrugada várias unidades que se preparavam para lançar foguetes contra território israelense e bombardeou com carros de combate outra "estrutura terrorista" em Gaza.

Fontes militares israelenses disseram à Agência Efe que entre os alvos atacados estão depósitos de munição em edifícios residenciais e civis, o que, a seu entender, prova a forma de operar do Hamas, "usando a população civil como escudo humano".

Rechaço

A investida militar israelenses no território palestino foi criticada por lideranças árabes e pelas Nações Unidas. Além disso, o presidente egípcio, Mohammed Mursi, convocou para consultas o embaixador de seu país em Israel. Mursi, que transmitiu seus pêsames ao povo palestino, reivindicou a convocação de uma reunião de urgência da Liga Árabe assim como do Conselho de Segurança da ONU.

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em um encontro de emergência nesta quinta-feira em Nova York. O grupo pediu que as duas partes coloquem fim aos enfrentamentos, mas não tomou nenhuma decisão imediata sobre o conflito.

O embaixador indiano na ONU, Haerdeep Singh Puri, que atualmente preside o Conselho de Segurança, pediu a Israel e aos palestinos a "máxima contenção" para evitar que a situação se deteriore ainda mais. "A violência deve cessar", afirmou Puri, resumindo o tom do encontro.

Realizada a portas fechadas, a reunião foi convocada pelo Egito e contou com a participação de israelenses e palestinos, além de representantes de outros países, alguns deles árabes. O encontro transcorreu durante uma hora e meia. Mais cedo, o secretário-geral da ONU já havia expressado por telefone ao premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, sua preocupação com os rumos dos confrontos na fronteira de Gaza.

Enquanto isso, a embaixadora norte-americana, Susan Rice, apoiou Israel ao ressaltar que nada justifica a violência do Hamas e de outros grupos terroristas contra o país, apesar de não mencionar o assassinato de Ahmed Jaabari. Os palestinos, por sua vez, haviam pedido ao Conselho de Segurança que aprovasse uma declaração contra Israel, o que não ocorreu.


Fonte: Opera Mundi