Segurança em SP: Alckmin e Cardozo assinam cooperação

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assinaram nesta segunda-feira (12) termo de cooperação para o combate à onda de violência que atinge o Estado. O plano é válido até dezembro de 2014 e prevê combate conjunto a crimes de organizações criminosas, relatórios de inteligência, planos de contenção nas fronteiras do Estado, além de ações de combate ao crack. O termo de cooperação não envolve repasses financeiros.

As mortes filmadas sem confronto entre civis e militares serão investigadas, disse o governador. Alckmin afirmou que haverá "tolerância zero" em crimes praticados por policiais. "São ações excepcionais. Temos a maior corregedoria do país", disse.

Segundo Alckmin, o Estado de São Paulo concentra 40% dos presos do país, com 195 mil pessoas nas penitenciárias do Estado. "Vamos fazer transferências de presos, mas por questões de segurança, não vamos revelar o número e o nome das pessoas", afirmou. Outra ação a ser tomada, segundo o governador tucano, será a instalação de bloqueadores de celular em presídios.

Já o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro, negou que tenha recebido documentos formais do Ministério Público avisando antecipadamente sobre a onda de violência: "Sempre há avisos informais e investigamos. Não divulgamos para não criar pânico. Quando percebemos que havia ação dos criminosos em atingir policiais em dias de folga e de maneira covarde começamos a agir."

Carneiro disse que a média de homicídios por dia no Estado está entre 10 a 12 pessoas, o que é, segundo ele, um número baixo em comparação ao número de habitantes. "Houve quebra desse padrão com a tentativa de atemorizar o Estado. Vamos continuar investigando e combatendo crimes."

Questionado sobre quando o plano poderia começar a dar resultados, o ministro da Justiça afirmou que a ação é permanente. "Não posso prever datas e sim, atuação rápida", disse.

O governo federal deve liberar R$ 60 milhões para o centro de comando e controle integrado, que vai concentrar o serviço de inteligência da polícia. "A partir de cada projeto faremos a liberação de recursos", disse Cardozo.

Neste fim de semana, a violência intensificou-se na região metropolitana de São Paulo, com 31 assassinatos. Somente neste mês, a Grande São Paulo registrou 115 homicídios. Desde outubro, quando houve recrudescimento da onda de violência, já são 242 mortes na capital e região metropolitana.

Fonte: Jornal Valor Econômico