Chefes de grupo criminoso são isolados em presídio
O governo de São Paulo transferiu ontem dois integrantes da facção criminosa PCC para um presídio de segurança máxima. A remoção ocorreu após investigação da Polícia Federal descobrir que eles comandavam ações criminosas de dentro da prisão onde estavam.
Publicado 08/11/2012 11:05
Entre os presos está um dos principais bandidos da facção, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka. O outro é Alexandre Campos dos Santos, o Jiló, acusado de ser um dos tesoureiros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Santos era companheiro de cela de outro cabeça do PCC, Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, que só não foi transferido porque já está no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes.
Soriano foi transferido em maio deste ano porque, segundo a Promotoria e a polícia, foi flagrado enviando um bilhete com o nome de seis policiais militares da Rota que deveriam ser mortos.
Segundo membros da Promotoria e da Justiça, a investigação da PF, realizada no começo deste ano, tinha como alvo o tráfico de drogas, mas acabou chegando ao PCC por meio de interceptações telefônicas. Não foi informado se Vida Loka e Jiló foram flagrados nessas conversas telefônicas.
A transferência dos dois não tem ligação com a parceria anunciada anteontem pelos governos federal e paulista para o combate ao crime organizado, que prevê a remoção de presos da facção para outros Estados.
A partir da parceria, foi determinada a transferência de Antonio Cesário da Silva, o Piauí, ligado ao PCC, para um presídio federal. Ele teria comandado a morte de seis policiais militares neste ano.
A transferência de presos do PCC para o regime disciplinar diferenciado de Presidente Bernardes só é adotada em casos extremos.
Para policiais, magistrados e promotores, a movimentação dos chefes da fação para esse regime de isolamento pode provocar um acirramento na violência hoje vivida no Estado.
A transferência de presos da facção é apontada como um dos motivos para a série de ataques contra as forças de segurança em 2006, quando mais de 500 pessoas foram mortas nas ruas de São Paulo, entre elas agentes penitenciários e policiais.
Procuradas, as secretarias da Segurança e da Administração Penitenciária não comentaram o assunto.
Fonte: Folha de S. Paulo