Bolívia: órgão reprova programa televisivo por mensagens racistas
A vice-ministra de Políticas Comunicacionais, Claudia Espinoza, informou esta segunda-feira (29) que o Tribunal Nacional de Ética Jornalística (TNEP) reprovou e deplora a conduta do programa televisivo "Alô Marianela", na cidade de Cochabamba, por emitir mensagens racistas e discriminatórias, seguido de uma denúncia apresentada pelo Ministério de Comunicação.
Publicado 30/10/2012 09:40
A autoridade disse que o programa "Alô Marianela", apresentado por Marianela Montenegro, "permite mensagens racistas e discriminatórias e isso tem se registrado com muita força, sobretudo, em relação ao presidente Evo Morales e também em relação a todas as pessoas que são da região serrana do país”, razão pela qual foi apresentada a denúncia.
"Foram reunidas várias gravações que tínhamos deste programa e há alguns dias finalmente o Tribunal Nacional de Ética Jornalística emitiu sua decisão, que resolve o seguinte: Reprovar e deplorar a conduta jornalística de Marianela Montenegro no programa "Alô Marianela", transmitido nos canais 33 e 77 da cidade de Cochabamba nos dias 7, 15, 16 y 17 de agosto de 2012", mencionou em uma entrevista da Rede de Informação do Estado Plurinacional (RIEP), que se difunde pela mídia estatal.
Espinoza informou que a decisão do TNEP também recomenda que esse programa observe as disposições constitucionais legais e regulamentares que conduzem a atuação dos meios de comunicação social e a conduta de quem os utiliza.
Além disso, indica ao meio de comunicação que difunde o programa "Alô Marianela" exercer o dever constitucional de promover valores éticos, profissionais e cívicos.
"Para nós este é um precedente que deve ser levado em conta pelos meios de comunicação, pelos gestores e jornalistas de base”, disse ao indicar que esse programa televisivo é o primeiro que recebe a atenção do TNEP pela "gravidade dos insultos e ofensas”.
A vice-ministra de Política Comunicacional também informou que existem uma série de casos desse tipo, que se viola a Constituição e a Lei 045 contra o Racismo e a Discriminação. Revelou que nesses casos se encontram os jornais O Dever de Santa Cruz, Os Tempos de Cochabamba e a Rede Erbol, neste último onde "praticamente todos os dias encontramos um caso de manipulação ou de distorção informativa”.
"Acreditamos que a liberdade de expressão é um direito, mas o direito à dignidade das pessoas está acima do direito à liberdade de expressão, portanto, não podemos justificar nenhuma mensagem que se emita por nenhum meio de comunicação que afete a dignidade das pessoas e, neste caso de "Alô Marianela”, porque registra este tipo de delito”, disse Espinoza.
Fonte: ABI
Tradução: Adital