Franceses cobram que Partido Socialista faça mudanças prometidas

Acelerar as transformações prometidas com o retorno do Partido Socialista (PS) ao poder na França. Esta foi uma das principais exigências propostas a essa organização durante seu congresso, que se encerrou neste domingo, na cidade de Toulouse.

Em um discurso perante os quase quatro mil delegados, a ex-primeira secretária do PS, Martine Aubry, recordou que os franceses votaram em François Hollande como presidente para ter emprego, moradia digna e acesso à saúde e à segurança.

"Seria muito triste chegar às eleições municipais de 2014 sem aprovar o voto dos estrangeiros, como se prometeu durante a campanha pelo Palácio do Eliseu", completou. Nos últimos meses, vários servidores públicos, entre eles a porta-voz do governo Najat Vallaud-Belkacem, consideraram muito difícil conseguir esse objetivo.

Durante as sessões do congresso, cerca de mil pessoas fizeram plantão em frente à sede do evento para exigir medidas concretas destinadas a frear o crescente desemprego.

Entre os manifestantes, estavam representantes dos trabalhadores do centro de pesquisas do consórcio farmacêutico Sanofi, localizado em Toulouse e que está sob ameaça de fechamento, com a demissão de seus 300 assalariados.

O secretário nacional do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, enviou uma carta ao novo líder do PS, Harlem Désir, na qual expressou sua preocupação por algumas decisões adotadas pelo governo de Hollande.

Mencionou, entre elas, a ratificação dos tratados europeus sem conseguir uma verdadeira renegociação, a austeridade orçamentária e a falta de combate e visão contra os planos de demissões massivas anunciados por várias grandes empresas.

Só no mês de setembro, quase 47 mil pessoas perderam seus postos de trabalho na França, uma média de mais de 1500 por dia, e as cifras, segundo o titular de Trabalho, Michel Sapin, poderiam se agravar durante os próximos meses.

Ao se dirigir aos delegados no congresso do PS, o premiê, Jean-Marc Ayrault, reconheceu que o país anda mau e atribuiu a situação aos resultados da gestão do ex-presidente Nicolás Sarkozy.

Fonte: Prensa Latina