Brasil é "voz muito importante" para atuar na Síria, diz Hillary
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou nesta quarta-feira (24) que os Estados Unidos seriam a favor de uma eventual mediação do Brasil no conflito sírio e que o país sul-americano tem "uma voz muito importante" na crise do Oriente Médio.
Publicado 25/10/2012 11:02
"Nos alegramos pela participação do Brasil em qualquer esforço para conseguir o cessar-fogo, para colocá-lo em prática e ajudar com a transição política na Síria", disse Hillary, em entrevista coletiva depois de reunir-se com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em Washington.
"Estou em estreito contato com o enviado especial [Lakhdar] Brahimi. E estamos buscando uma maneira de apoiar seu trabalho, que precisa do firme apoio do Brasil, por ter uma voz muito importante para tentar resolver esta trágica situação", acrescentou a secretária de Estado.
Patriota e Hillary se reuniram na capital dos EUA pela quarta vez, no marco do Diálogo de Associação Global Brasil-Estados Unidos, criado em 2010, cujo objetivo é estreitar e melhorar as relações bilaterais e de cooperação entre os países.
"É extremamente importante que, com estas discussões que estamos tendo com os EUA e um número cada vez maior de países, inclusive os membros permanentes do Conselho de Segurança, possamos mobilizar a força diplomática internacional para retomar o processo de paz e para encontrar uma solução negociada para a Síria", comentou Patriota.
O ministro, que acaba de realizar uma viagem pelo Oriente Médio, recebeu o apoio de Hillary para tentar um assento para o Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Precisamente nesta semana o ex-secretário geral da ONU Kofi Annan propôs a criação de "mais cinco ou seis assentos permanentes, para que todas as regiões do mundo se sintam representadas" e considerou "indefensável" que a América Latina não tenha um.
O Conselho de Segurança da ONU está composto por 15 membros, dos quais cinco (França, China, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia) são permanentes e contam com poder de veto. Os outros dez são escolhidos pela Assembleia Geral do organismo por um período de dois anos e são distribuídos de acordo com os grupos regionais que formam o órgão legislativo da ONU.
Além de assuntos internacionais, Patriota e Hillary trataram dos programas bilaterais de intercâmbio de estudantes e das negociações para facilitar os vistos entre os países.