Para analistas, juros baixos e dólar em alta dão fôlego ao país
A redução da taxa de juros iniciada em 2011 e a política mais ativa do governo para manter o dólar alto têm ajudado o Brasil a se tornar mais competitivo, apontam economistas. O País até mesmo avançou no Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, quando a melhora das condições macroeconômicas foi citada.
Publicado 15/10/2012 09:15
Ainda assim, há espaço para um juro mais competitivo e, principalmente, para um spread (diferença entre o juro que o banco cobra dos clientes e a taxa que paga para captar o dinheiro) menor.
"Os grandes preços relativos da economia, como juros e câmbio, são fundamentais para a parte macroeconômica da competitividade. O ambiente está mudando favoravelmente. A grande virada foi o início da redução de juros em 2011 e o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)", afirma o professor da PUC-SP Antonio Corrêa de Lacerda.
Com uma taxa de juros real abaixo de 2%, o Brasil avançou muito, mas ainda exibe um dos maiores níveis do mundo. "O custo de financiamento caiu muito, mas há espaço para avançar. De qualquer forma, o juro real deve se consolidar no atual nível, de 1,5% a 2% ao ano", complementa Lacerda.
Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o Brasil passou para um nível interessante de competitividade ao atingir mínimas históricas de taxas de juros. No caso do câmbio, no entanto, ele acredita que, mais importante do que preço, é preciso avançar em qualidade. "Juros menores ajudam o investidor a assumir mais riscos na expansão de sua produção, o que leva a novos investimentos em máquinas, em fábricas, em mão de obra. É positivo."
Porém, analistas são unânimes em afirmar que o Brasil ainda sofre de um problema crônico de spread bancário elevado. "Os dez maiores bancos representam 90% do crédito, e a concentração permite um nível de spread elevado. Além disso, o compulsório é um dos mais altos do mundo, e os impostos diretos e indiretos respondem por um terço do custo do spread", explica o economista-chefe da Austin Rating.
Fonte: O Globo