Haddad critica Aécio: quem não tem proposta torce contra o Brasil
"Ao invés de apresentar um projeto melhor que o nosso, ficam torcendo para que o nosso projeto dê errado", declarou Fernando Haddad (PT), em resposta a acusação do senador Aécio Neves (PSDB) contra a presidenta Dilma Rousseff — o tucano condenou o uso do mandato presidencial para ajudar a eleger o candidato petista em São Paulo.
Publicado 01/10/2012 18:12
As decalrações foram dadas na última quinta-feira (30), em um encontro dos estudantes ProUnistas com o candidato e os ex-presidente Lula. Ao chamar a oposição de "xarope" por "torcer para que as coisas deem errado", fez uma provocação ao senador tucano Aécio Neves (MG). "Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro por semana. Dá uma lidinha em Ipanema", criticou.
As declarações de Aécio foram na segunda-feira (27), quando o senador participou de caminhada, no centro de Teresina, em favor do candidato do PSDB, Firmino Filho. Quer dizer, ele pode pedir votos para o seu companheiro de partido, já a Dilma, logo ela que "não tem projeto de país", não pode pedir votos para o Haddad?
Combate à corrupção
O ex-presidente Lula também compareceu a atividade de campanha do petista. Para Lula, a população deve ter "orgulho" do combate à corrupção nos seus dois mandatos. Foi a primeira vez que Lula se referiu ao mensalão desde o início da campanha.
"No nosso governo as pessoas são julgadas e tudo é apurado. Na nossa casa, quando nosso filho é suspeito de cometer um erro, nós investigamos e não culpamos os vizinhos, como eles costumam fazer", afirmou o ex-presidente.
A reação de Lula foi provocada pela manifestação de um estudante, que causou constrangimento no início da cerimônia que reuniu bolsistas do ProUni, na Uninove, ao levantar uma faixa com a inscrição "Renovação com Mensalão? PT do Lula, PT do Haddad, tem o mensalão".
O estudante foi hostilizado pelos demais presentes e teve a faixa arrancada de suas mãos. Lula aproveitou a oportunidade para tratar da crise que atingiu o seu governo, em 2005, e tem sido usada pelo candidato do PSDB, José Serra, contra Haddad. Sem citar diretamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula citou a emenda constitucional que instituiu a reeleição no país, aprovada em 1997, e conclamou os estudantes a reagirem contra o que chamou de "mentiras".
"A gente não pode deixar esquecer que o procurador-geral da República no tempo deles era chamado de engavetador. Vocês não podem esquecer da compra de votos em 1996 (sic) para aprovar a reeleição neste país. Se juntarem todos os presidentes da história do Brasil, vocês vão ver que eles não criaram instituições para combater a corrupção como nós criamos em oito anos. Sintam orgulho porque, se tem uma coisa que fizemos, foi criar instrumentos para combater a corrupção", afirmou o ex-presidente.
De microfone em punho e sob aplausos, Lula prosseguiu na defesa de seu governo: "É só ver o que era a Controladoria-Geral da República, a Polícia Federal e o grau de liberdade do Ministério Público antes de nós."
Ainda sem citar nomes, o ex-presidente fez referência indireta ao PSOL ao dizer que, em 2006, a imprensa tentou inflar a candidatura de uma ex-militante do PT – a ex-senadora Heloisa Helena — e pediu a Haddad que não responda ao "jogo rasteiro" de quem tenta ligá-lo ao mensalão. "Mais uma vez, aquele senhor que ofendeu a Dilma até onde ninguém jamais tentou ofender agora está ofendendo Haddad", afirmou Lula, lembrando a disputa presidencial de 2010.
Fonte: da redação, com agências
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