CGTP portuguesa realiza a maior manifestação dos últimos tempos
No último sábado (29) trabalhadores, estudantes, desempregados, mulheres e homens de todas as regiões de Portugal realizaram uma grande manifestação no Terreiro do Paço em Lisboa, convocada pela maior central sindical do país, a CGTP-IN.
Publicado 30/09/2012 08:37
Com as palavras de ordem “contra o roubo nos salários, pensões e aposentadorias”, a manifestação evidenciou mais uma vez a enorme indignação do povo português com as medidas de austeridade implementadas pelo governo de direita dos partidos CDS e PSD.
Segundo Armênio Carlos, presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), foi a maior manifestação dos últimos tempos realizada pela Central: "Transformamos o Terreiro do Paço em Terreiro do Povo e isto é uma demonstração de que os portugueses dizem não à troika (formada pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) e a esse governo que está a roubar os trabalhadores ", destacou.
A manifestação iniciou também uma jornada de lutas que contará com manifestações em vários locais de trabalho no próximo dia 1º de outubro, dia em que a Central comemora 42 anos de fundação; a convocação de um conselho nacional extraordinário para o dia 3 de outubro, onde será discutida a realização de uma grande greve geral; e também uma marcha nacional contra o desemprego entre os dias 5 e 13 de outubro.
Estaleiros Navais de Viana do Castelo
Diversos sindicatos e comissões de trabalhadores apresentaram as pautas próprias da sua categoria e a luta desempenhada em cada local de trabalho. Dentre estes, foi destacada a luta dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que segundo a proposta do governo será reprivatizado.
Na disputa pela compra do estaleiro estão empresas de diversas nacionalidades, dentre as quais uma brasileira.
Os trabalhadores dos ENVC foram à manifestação vestidos de preto com cartazes que indicavam “luto anunciado” e que “a privatização seria a morte dos postos de trabalho”.
Está marcada também para o dia 1º de outubro uma manifestação na cidade, contra a reprivatização.
Resolução
No final da manifestação foi aprovada por unanimidade uma resolução de intensificação da luta dos trabalhadores para prosseguir as mobilizações pelos salários, emprego e direitos, derrotar a política de direita e construir uma alternativa de esquerda para o país.
Luísa Pereira, de Lisboa, especial para o Vermelho