Chávez: “O que está em jogo é a vida da pátria”
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, candidato à reeleição, alertou nesta sexta-feira (28) que nas eleições de 7 de outubro "está em jogo a vida da pátria", pois o candidato da direita, Henrique Capriles Radonski, seria incapaz de continuar as conquistas sociais que a Revolução Bolivariana garantiu nestes 13 anos.
Publicado 29/09/2012 05:22
"Para além do descontentamento que muitos venezuelanos possam ter por diversas necessidades pessoais, e não digo que não tenham razão, lhes digo algo: Irmãos, no próximo 7 de outubro não são esas coisas que estão em jogo, o que está em jogo é a vida da pátria, o futuro da juventude, de nossos filhos", disse o presidente no discurso que pronunciou perante a multidão que se concentrou na cidade de Maturin, no estado de Monagas.
Chávez se dirigiu especialmente àqueles que podem estar descontentes pelas falhas do governo, por aspectos como "não consertaram a rua, a luz não chegou, faltou água, não consegui emprego".
"Isso ocorre em muitos casos e eu assumo a autocrítica do governo, e um de meus compromissos para o próximo governo no período de 2013 a 2019 é maior eficiência na gestão", garantiu.
Chávez recordou que em administrações anteriores muitas mães venezuelanas davam comida para cães a seus filhos, muitos morriam de fome e milhões de pessoas não tinham o que comer. "Hoje, 98% dos venezuelanos come pelo menos três vezes ao dia, graças a que, todos os anos, o governo injeta milhões de bolívares para subsidiar os alimentos", acrescentou.
"Vocês se dão conta por que digo que está em jogo a vida da pátria? E quando digo a pátria, falo do povo, de sua educação, da saúde gratuita e de qualidade, da habitação do povo. Tudo isso é o que está em jogo", reiterou Chávez, que destacou que a revolução tirou a Venezuela "do pântano em que estava afundando" devido ao sistema capitalista.
O candidato da revolução destacou as conquistas de sua gestão, que estariam em perigo em um governo de direita. Ele anunciou que em seu próximo período de governo criará não menos de dez universidades, que se unirão às 22 que nasceram desde que chegou à presidência em 1999.
"Nosso governo não descansou um segundo sequer para dar mais e melhor educação às crianças venezuelanas. Não podemos perder isso agora", destacou Chávez, e recordou que hoje, depois de 13 anos de revolução bolivariana, a Venezuela ocupa o quinto lugar no mundo em número de matrículas universitárias.
"Vocês creem que se o ‘majunche’ chegasse a Miraflores [o palácio presidencial], continuaria a Missão Ribas [um programa educacional]?", perguntou Chávez à multidão, que respondeu com um sonoro não. Foi dessa maneira que o presidente se referiu ao candidato da direita, Henrique Capriles Radonski. Na Venezuela, "majunche" é algo medíocre ou de má qualidade.
Igualmente, Chávez recordou à classe média que as taxas de juros para créditos hipotecários chegaram a 60% durante os governos administrados pelos mesmos setores econômicos e políticos que hoje apoiam Capriles.
"Aí está o programa da direita, o pacote liberal, só que eles negam, porque são irresponsáveis. Nesse programa dizem que não continuarão subsidiando a habitação, que liberariam os juros. Com a revolução, a classe média tem comprado ou está comprando casa a 7%, 9%, 11%. Vocês se lembram a quanto chegaram os juros com eles? A 60%, nem a classe média podia comprar casa aqui”, assinalou".
Chávez lembrou ainda que a Grande Missão Moradia Venezuela, um programa de massas que a administração dele empreendeu no ano passado, concluiu quase 300 mil casas e apartamentos e mais 400 mil estão sendo construídas. A meta total é alcançar três milhões de unidades habitacionais até o ano de 2019.
Encerramento da campanha
Chávez, que se mostrou contente com a presença da multidão em Maturin, anunciou que o encerramento de sua campanha será no próximo dia 4 de outubro em Caracas.
"Na quinta-feira, dia 4, estaremos inundando Caracas de gente no encerramento da campanha", indicou. "Desde já convido todos e todas ao encerramento da campanha bolivariana", disse.
O líder da Revolução Bolivariana destacou que "o povo está nas ruas e continuará nas ruas até o dia 7 de outubro" e manifestou sua confiança em que nesse dia "vamos escrever outra página heroica na história política da Venezuela".
Chávez também insistiu na necessidade de uma vitória esmagadora, que considerou como a "melhor vacina contra o plano desestabilizador" da oposição, pelo que instou a que "nenhum voto fique de fora".
Em declarações à imprensa, Chávez alertou sobre esta manobra da direita: "Eles (a oposição) sabem que o que vai acontecer no dia 7 de outubro é outra grande vitória popular, e já começaram a cogitar o que chamam de plano B, o desconhecimento da vontade popular e do Conselho Nacional Eleitoral.
Redação do Vermelho, com Agência Bolivariana de Notícias