A independência nacional e as relações exteriores da Venezuela
A uma semana para as eleições presidenciais venezuelanas, a recuperação da independência nacional emerge cada dia com mais força como o mais importante resultado da gestão governamental do presidente Hugo Chávez.
Por Alfredo G. Pierrat, na Prensa Latina
Publicado 29/09/2012 23:17
Essa conquista foi ressaltada pelo próprio mandatário em todos os discursos pronunciados ao longo da campanha eleitoral para sua reeleição e é explicado em detalhes no programa de governo que apresentou para o período 2013-2019.
"Treze anos de Revolução Bolivariana nos devolveram a independência política", afirma o documento e acrescenta que a Venezuela teme hoje um governo "que não atende aos ditames do imperialismo nem de burguesia alguma".
Não é de estranhar, portanto, que o primeiro dos cinco grandes objetivos históricos propostos por Chávez para alcançar durante os próximos seis anos seja, precisamente, "Defender, expandir e consolidar o bem mais precioso que reconquistamos depois de 200 anos: a independência nacional".
O próprio presidente destacou o caráter independente da Venezuela, ao comentar a importância de oito acordos assinados com a Rússia na área energética, durante um encontro com uma delegação desse país euroasiático realizado no Palácio de Miraflores.
"Só em um país libre, independente, como é a Venezuela hoje, graças à Revolução Bolivariana, pudemos desenvolver um conjunto de relações de grande benefício para a Venezuela, também para a Rússia, o beneficio (é) mútuo", afirmou o chefe de Estado.
Depois de várias décadas de vínculos exclusivamente diplomáticos, Caracas e Moscou desenvolveram nos últimos anos uma estreita e sólida relação que se estende pelas áreas política, científica, econômica e, mais recentemente, na construção de habitações e no setor energético.
Segundo fontes russas, depois da chegada do presidente Hugo Chávez ao poder, seu governo mantém a linha de intensificação do diálogo político com a Rússia, ampliação de todo o complexo das relações bilaterais que alcançaram ultimamente o nível de associação estratégica.
São relações muito proveitosas para continuar fortalecendo a Venezuela e a Rússia", disse o presidente venezuelano em um discurso, e aludiu igualmente aos vínculos alcançados com outros países, entre eles a República Popular da China.
O fomento e a ampliação dos vínculos com a Rússia e a China se inscrevem dentro da estratégia desenvolvida pelo governo venezuelano para promover a multipolaridade nas relações internacionais, enquanto busca impulsionar o desenvolvimento econômico, técnico-científico e social do país.
Graças aos múltiplos acordos de cooperação e aliança assinados com a China e a Rússia, a Venezuela alcançou grandes avanços em matéria tecnológica, disse Chávez em meados de julho passado, durante uma visita à Base Aérea Militar Capitão Manuel Rios, no estado de Guárico.
O processo revolucionário que a Venezuela vive atualmente permitiu consolidar uma verdadeira independência tecnológica, sob uma estratégia geopolítica de desenvolvimento, precisou naquela oportunidade, e ressaltou que "conquistamos tudo isso graças a que somos livres".
Somente com a República Popular da China, até fevereiro deste ano haviam sido assinados cerca de 430 acordos de cooperação bilateral, segundo informou o vice-presidente executivo, Elias Jaua.
Isto permitiu – disse Jaua – a execução de cerca de 200 projetos em território venezuelano, em setores como o energético, mineral, agrícola, comercial, tecnológico, industrial, aeroespacial, cultural e social.
Empresas da Rússia e da China mantêm acordos com similares venezuelanas para a exploração de áreas na Faixa Petrolífera do Orinoco e para a construção de milhares de habitações, entre outras áreas de cooperação.
Igualmente, os dois países desempenharam um papel decisivo no fortalecimento e modernização da Força Armada Nacional Bolivariana.