Síria: Forte reação do governo a atentado contra Estado Maior
A reação governamental ao ataque ao Estado Maior do Exército em Damasco freou uma ofensiva dos bandos armados que incluía um incremento das ações para tomar a cidade de Alepo, segundo análise de comentaristas políticos locais.
Publicado 28/09/2012 06:56
O desenrolar dos acontecimentos na última semana tentava criar condições para uma evolução da situação na Síria, segundo se infere de declarações e dos próprios fatos, asseguram diferentes fontes no país.
Recentemente, elementos da suposta direção do chamado Exército Livre Sírio anunciaram a transferência de suas sedes de comando desde as bases em território turco até lugares não especificados da Síria.
Esta semana alguns porta-vozes dos grupos armados falaram sobre o início de uma nova ofensiva contra a capital do país e o chamado pulmão econômico sírio na cidade de Alepo, perto da fronteira com a Turquia.
Na quarta-feira passada, em uma operação que leva as digitais dos serviços secretos ocidentais, um comando de cerca de 40 elementos armados atacou a sede do Exército em uma ação coordenada com duas explosões de carros-bomba.
Distante cerca de 40 metros da entrada da sede governamental, uma explosão ocorrida no interior do edifício, pode ter favorecido a entrada do comando que alguns dizem que chegou ao lugar a bordo de ônibus usados por pessoal do centro.
Este grupo conseguiu avançar e penetrar até os andares superiores do edifício situado ao lado da Praça dos Omeyas, o que se deduz pela intensa troca de tiros que ocorreu ali e cujo objetivo era eliminar os altos comandos militares.
Ao concluir o enfrentamento e a aniquilação dos comandos, que estavam bem armados, inclusive com granadas de fragmentação, o ministro de Informação da Siria, Omran Al-Zoubi, divulgou uma versão oficial.
O ministro da Defesa, general Fahd Jassem Al-Freij, ou qualquer outro líder militar do país não ficaram feridos nos atentados terroristas que tiveram lugar nas proximidades do Estado Maior em Damasco, disse o ministro da Informação.
Acrescentou que as notícias difundidas por algumas páginas de internet e canais por satélite sobre a lesão do ministro da Defesa ou qualquer dos comandantes militares eram falsas, o que evidencia a preparação desse incidente e seus possíveis fins.
A fonte assegurou também que nenhum organismo governamental ou o Conselho de Ministros foram alvos de ações terroristas, o que pode ser indicativo de que algo foi tentado como parte do plano.
Al-Zoubi também informou que a sede da Televisão Nacional e seu pessoal estavam funcionando bem e que não tinham sido afetados pelos fatos. Essas instalações estão a apenas 100 metros da praça atacada.
Nesse mesmo dia, a organização terrorista Jabhat Al-Nasra, vinculada à rede Al-Qaeda, reivindicou a responsabilidade pelos fatos, os quais, por sua realização e forma de execução dão base para diferentes análises sobre sua projeção, por serviços especiais de países ocidentais, na opinião de círculos diplomáticos e sírios que pediram o anonimato.
As mesmas fontes opinaram, inclusive, que com esta ação se tentou mostrar o avanço de um processo de sedição por parte do Exército contra o presidente Bashar Al-Assad, algo que o Ocidente nunca deixou de alentar.
O fracasso desta parte do plano que pretendiam fazer avançar em Damasco, está em execução agora na cidade de Alepo, onde nas últimas horas aparentemente se intensificaram as ações de guerra.
Alguns meios de informação falam de combates "de uma intensidade nunca vista até o momento e em várias frentes", o que coincide com as violentas respostas dadas pelas autoridades nos últimos dias contra caminhões carregados de armas e o avanço de efetivos armados com abundantes veículos equipados com metralhadoras para essa cidade industrial.
Informações oficiais das últimas horas indicam que se registram violentos enfrentamentos nessa cidade , onde o governo e os bandos armados da oposição, apoiados desde o exterior, parecem travar uma batalha decisiva.
Prensa Latina