Premiê de Israel quer "linha vermelha" contra Irã
Em seu discurso na 67ª sessão da Assembleia Geral, nesta quinta-feira (27), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alegou que o Irã teria alcançado 70% do processo para produzir armamento nuclear e que, por isso, o mundo está em risco "cada vez maior", o que só seria evitado se a República Islâmica fosse contida e não conseguisse fabricar uma bomba nuclear.
Publicado 27/09/2012 18:41
"Nada ameaça mais a paz mundial que um Irã com uma arma nuclear", alardeou o premiê, segurando um cartaz patético, que exibe um desenho primitivo de uma bomba, com uma linha vermelha que delimita o limite para a construção de um artefato militar nuclear.
Segundo o premiê, o Irã chegaria a uma bomba atômica no ponto de 90% do avanço do programa nuclear, o que aconteceria em meados de 2013.
Segundo o premiê do único país do Oriente Médio que possui mais de 200 ogivas nucleares, como acusam as agências de espionagem de vários países não ligados ao regime sionista, o mundo deve estabelecer "uma linha vermelha clara", forçando o Irã a extinguir seu programa de energia nuclear.
"Agora que já é tarde, a única forma pacífica de prevenir que o Irã tenha uma bomba atômica é colocando uma linha vermelha clara no programa nuclear iraniano. Acredito que, se o Irã recebesse um limite, voltaria atrás e haveria mais tempo para sanções e diplomacia", lamentou.
Netanyahu não disse o que considera "linha vermelha", mas há tempos os militares israelenses estão considerando um ataque militar "preventivo" contra as instalações nucleares iranianas.
Para frustração deles, ainda não receberam o aval dos Estados Unidos. Há dois dias, o presidente dos EUA, Barack Obama, criticou o Irã em seu discurso na Assembleia Geral, mas não deu nenhum ultimato, o que deixou bastante irritada a delegação israelense.
Obama defendeu uma resolução diplomática, apesar de dizer de forma enigmática que "o tempo não é ilimitado".
De São Paulo,
Humberto Alencar