Greve continua nos bancos públicos em todo país
Após as assembleias dos bancários realizadas na noite de quarta-feira (26) e na manhã desta quinta (27), os trabalhadores decidiram manter a greve nos bancos públicos Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB), além dos Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).
Publicado 27/09/2012 16:26
foto: divulgação Seeb
“Continua já que os bancos públicos sequer aceitaram discutir questões específicas da pauta do funcionalismo como a isonomia entre antigos e novos funcionários. Eles também se recusaram a aplicar o reajuste de 8,5% nos pisos, conforme proposta apresentada pela Fenaban”, explicou Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb-Base), filiado à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Durante toda esta quinta novas assembleias acontecerão para definir os próximos rumos da greve. A categoria segue orientação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que considerou insuficientes as propostas específicas apresentadas pelos bancos públicos.
Os bancários da CEF atuam com mais intensidade no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Brasília, Bahia, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará e Acre.
Já do BB a paralisação é forte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Sergipe e Ceará. No Banco do Nordeste principalmente no Ceará, além de Rio Grande do Norte, Maranhão, Bahia e Sergipe. Agências do Banese, Banrisul e Besen Bahia (banco de fomento do estado) também estão fechadas.
"O comando nacional solicitou a reabertura das negociações. É uma irresponsabilidade dos bancos públicos mais uma vez discriminar seus empregados. Exatamente no momento em que o funcionalismo desses bancos está fazendo de tudo para aplicar as políticas publicas do governo", declarou Emanoel ao Vermelho, que integra o Comando Nacional dos Bancários.
O setor do Ramo Financeiro da CTB já havia divulgado nota na quarta-feira (26) criticando a proposta apontando para os prejuízos aos trabalhadores das instituições públicas, tendo em vista que não valoriza o piso de ingresso, não recompõe perdas passadas, não busca isonomia para os que ingressaram depois de 1998, nem altera o modelo de gestão das empresas. Além disso, punem os bancários com a compensação dos dias parados.
“A proposta é insuficiente para os bancários que têm carreira diferenciada nas instituições financeiras públicas, principalmente com relação à isonomia. Há uma desvalorização da função pública", declarou Eduardo Navarro, vice-presidente da Feeb-Base e secretário de Imprensa e Comunicação da CTB.
Os bancários do setor público continuam reivindicando reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%, com o desconto da inflação), piso salarial de R$ 2.416,38 (atualmente é R$ 1.400), participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 4.961,25 fixos, plano de cargos e salários, elevação para R$ 622 nos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da décima terceira cesta-alimentação, além da criação do décimo terceiro auxílio-refeição.
Privados
Nesta quinta, os bancos privadas abriram suas portas após nove dias de paralisação. Os trabalhadores decidiram, em assembleias, aceitar a proposta dos banqueiros de reajuste de 7,5% (aumento real de 2,02% pelo INPC), reajuste de 8,5% para o piso,com 2,95% de ganho real, auxílio-refeiçãode R$ 472,15 por mês (R$ 21,46 por dia), cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação – R$ 367,90, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) tendo como Regra básica 90% do salário mais R$ 1.540 fixos (reajuste de 10%), com teto de R$ 8.414,34. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados para 2,2 salários, com teto de R$ 18.511,54. Um adicional de PLR de 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 3.080 (reajuste de 10%), antecipação da PLR – 54% do salário mais valor fixo de R$ 924,00, com teto de R$ 5.048,60 e parcela adicional de 2% do lucro líquido do primeiro semestre distribuído linearmente, com teto de R$ 1.540,00. Essa antecipação da PLR deverá ser paga até dez dias depois da assinatura da Convenção Coletiva e a segunda parte até 1º de março de 2013.
Pela proposta, os bancários deverão repor os dias de paralisação até 16 de dezembro.
Deborah Moreira com CTB