Na Venezuela, Chávez lidera as pesquisas de intenção de voto 

Faltando 11 dias para as eleições presidenciais na Venezuela, os candidatos Hugo Chávez e Henrique Capriles intensificam as atividades de campanha para garantir seus votos e arrebanhar o percentual de indecisos, que oscila entre 3% e 15% da população, de acordo com cada instituto de pesquisa.

Por Jonatas Campos, em Opera Mundi

A última  terça-feira (25) foi marcada pela divulgação de quatro pesquisas de intenção de votos (Hinterlaces, Datanálisis, ICS e Varianzas), todas dando vantagem ao presidente e candidato à reeleição, Hugo Chávez, embora uma delas apresente um suposto empate técnico.

De acordo com o Hinterlaces, que entrevistou 1.600 pessoas no último sábado (22), o governante venezuelano tem 50% das intenções de voto, ante 34% de seu principal adversário. Para o presidente do instituto, Oscar Schemel, "não há nenhum cenário onde ganhe Henrique Capriles".

Os números da Datanálisis indicam Chávez com 49,4% dos votos, Capriles 39%, e indecisos 11,6%. A pesquisa foi realizada há um mês, entre os dias 25 de agosto e 5 de setembro, com 1.600 pessoas e tem uma margem de erro de 2,4%.

Já a ICS (Internacional Consulting Services) aponta Chávez com 55,1% e Capriles com 35,4%, enquanto 9,5% não sabem em que vão votar. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 17 de setembro com 2.200 entrevistados em 20 estados do país. A margem de erro é de 2%.

Em entrevista à Rádio Notícias24 também nesta terça-feira, o diretor do Instituto Varianzas, Rafael Delgado, afirmou que segundo seus números Chávez hoje tem 49,7% de intenção de voto, enquanto Capriles 47,7%. A margem de indecisos é de 2,6%. O apresentador de um dos programas de televisão de maior audiência da estatal VTV, Miguel Angel, afirmou também na noite desta terça-feira que vai apresentar provas que as sondagens da Varianzas são falsas.

Agenda dos candidatos

Chávez deu uma pausa nos atos de campanha para centrar esforços em dois importantes e simbólicos temas: transporte e segurança. No primeiro, entregou 1.216 ônibus chineses movidos a gás como parte dos investimentos do fundo financeiro Chino-Venezuelano. Trinta desses alimentarão o Sistema Integrado de Transporte (BusCaracas) com o metrô a capital e o restante será distribuído por todo o país.

Em outro evento, o presidente participou do ato de graduação de 8.262 novos oficiais da PNB (Polícia Nacional Bolivariana). "Nunca antes na história venezuelana se deu um ato como esse", disse, usando o bordão conhecido do ex-presidente Lula. Chávez também anunciou que novas vagas já estão abertas na Unes (Universidade Nacional Experimental de Segurança).

Capriles continuou realizando atos de encerramento pelo país. Na terça-feira (25), visitou os Estado de Delta Amacuro e Monagas. Ele prometeu construir seis novas escolas de ensino fundamental em Delta Amacuro nos primeiros 100 dias de governo.

Ponto explorado desde o início da campanha, a violência não ficou de fora do discurso. "Ele [Chávez] fala de independência e ignora que 50 venezuelanos morrem diariamente ", dsse Capriles. O candidato dribla a desvantagem nas pesquisas dizendo que nunca perdeu uma eleição e que, segundo estudos internos, pode "ganhar com mais de um milhão de votos de diferença".