Camponeses: algodão foi contaminado por transgênicos no Paraguai
Produtores camponeses no Paraguai denunciam que o avanço das sementes de algodão transgênicas no país já contaminou as variedades nativas.
Publicado 26/09/2012 10:39
Em um comunicado divulgado na semana passada, os produtores expressaram preocupação porque sequer existe uma segurança com relação aos efeitos do transgênico na saúde e no meio ambiente: “é um assunto que mantém até mesmo a comunidade internacional dividida”, lembraram a Câmara Paraguaia de Produção Orgânica (CPROA) e a Associação Paraguaia Orgânica, nas pessoas de Margarita Duarte e Elva López que assinaram o documento.
O movimento produtivo e comercial de alimentos orgânicos é cada vez maior no país e deixa importantes recursos para a agricultura familiar e agricultores envolvidos na cadeia de produção. Em 2011, o comércio do setor alcançou 99 milhões de dólares, com uma ampla redistribuição social pela intensiva mão de obra que ocupa, ressaltaram no texto.
O golpe
Durante o governo do ex-presidente Fernando Lugo, deposto após um golpe parlamentar no dia 22 de junho, a Senave (Serviço Nacional de Qualidade Vegetal e de Sementes) tentou impedir a liberação das sementes transgênicas de algodão, embora o plantio de soja transgênica já fosse autorizado.
De acordo com a socióloga, professora universitária e pesquisadora do Base Investigaciones Sociales, Marielle Palau, em entrevista ao Vermelho, declarou que “quase 30% do território cultivável do Paraguai são de soja transgênica e há muito interesse das grandes corporações em avançar com os transgênicos”.
No final de agosto, camponeses e indígenas paraguaios participaram de um protesto contra a autorização oficial da importação de sementes transgênicas para semear o algodão impulsionada pelas negociações com a multinacional estadunidense Monsanto.
“Transgênicos são iguais a morte”, dizia um dos cartazes expressando assim o critério dos camponeses sobre o dano para as pessoas, o meio ambiente e a terra pelo cultivo dos transgênicos, que são acompanhados de agrotóxicos muito agressivos, também comercializados pela Monsanto.
Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva