China e Japão mantêm desacordos em conflito sobre arquipélago

China e Japão mantiveram, nesta terça (25), suas divergências na disputa sobre as ilhas Diaoyu, mas concordaram em manter aberto um canal de comunicação em uma tentativa de aliviar as tensões que prejudicam as relações bilaterais. 

China e Japão mantiveram, nesta terça (25), suas divergências na disputa sobre as ilhas Diaoyu, mas concordaram em manter aberto um canal de comunicação em uma tentativa de aliviar as tensões que prejudicam as relações bilaterais. Ambos os lados mantiveram na terça-feira o seu primeiro diálogo diplomático desde a eclosão da crise no início deste mês, quando o governo japonês anunciou que havia comprado ilhas do arquipélago, ação que as autoridades chinesas rejeitaram por considerá-la uma violação da soberania nacional.

As negociações para tentar encontrar alguma saída a este conflito, talvez o pior entre ambos os países desde o fim da Segunda Guerra Mundial, tiveram como cenário Pequim e reuniram os vice-chanceleres da China, Zhang Zhijun, e do Japão, Chikao Kawai.

Um comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores diz que ambos os lados fizeram um franco e profundo intercâmbio de pontos de vista. O único sinal de esperança que resultou desta reunião foi o consenso em torno da importância de continuar as comunicações para melhorar esta situação, mas ainda está para ser decidido se os chanceleres da China e do Japão se reunirão em Nova York à margem da Assembleia Geral da ONU.

De acordo com fontes diplomáticas japonesas, o vice-chanceler Kawai disse a seu colega chinês que questões como a disputa sobre as ilhas Diaoyu (Senkaku para os japoneses) não deveriam afetar as relações bilaterais como um todo, e recomendou abordar a crise a partir de uma perspectiva mais ampla.

Mas o vice-chanceler Zhang advertiu a Kawai que "a China nunca irá tolerar qualquer ação unilateral por parte do Japão que prejudique sua soberania territorial", segundo declarou à imprensa um porta-voz oficial.

"O Japão deve deixar de ilusões, optar pela reflexão e tomar medidas concretas para emendar seus erros, voltar ao consenso e alcançar o entendimento entre líderes dos nossos dois países", disse Zhang.

O governo de Tóquio procurou justificar a nacionalização dessas ilhas, que a China defende como parte de seu território, ao indicar que se trata de uma ação encaminhada para facilitar a administração desses territórios de uma maneira pacífica e estável.

No entanto, o vice-ministro das Relações Exteriores Zhang rejeitou esses argumentos, insistindo que a decisão do Japão de comprar as ilhas é "um grave atropelo dos fatos históricos e da jurisprudência internacional."

As ilhas Diaoyu foram ocupadas pelo Japão ao derrotar a China na guerra de 1895. Após a Segunda Guerra Mundial, a China recuperou o arquipélago e as ilhas adjacentes, assim como Taiwan e outros territórios ocupados pelo Japão, de acordo com a Declaração do Cairo e a Proclamação Postdam.

Em 1971, o Japão e os Estados Unidos incluíram as ilhas Diaoyu e outras ilhas na área abarcada pelo Acordo de Reversão de Okinawa para a soberania japonesa, ao que o governo chinês se opõe por considerar "um intercâmbio desonesto" de seu território.

Fonte: Prensa Latina