Voz da Rússia: A possível vitória de Lakhdar Brahimi
As primeiras consultas sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU com a participação do emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe na Síria, Lakhdar Brahimi, começam em 24 de setembro, foi comunicado após sua digressão pela região. Lakhdar Brahimi teve conversações no Egito, Síria, Turquia e Jordânia.
Por Konstantin Garibov, na emissora Voz da Rússia
Publicado 20/09/2012 02:28
Lakhdar Brahimi tenciona informar a ONU sobre a situação desastrosa em que se encontram os refugiados sírios, cujos acampamentos ele visitou.
Como se espera, na véspera das consultas, o emissário terá encontros com os chefes dos MRE e as delegações dos países capazes de influir na solução da crise síria.
Brahimi liga o êxito da sua missão na Síria ao apoio solidário por parte da ONU. Entretanto, será muito difícil obtê-lo, considera o cientista político Serguei Demidenko:
“Verbalmente, foi asseverado a Brahimi o apoio à sua missão. Mas as declarações de que todos os participantes do conflito estão interessados no seu fim são apenas palavras. Na realidade, embora semioficialmente, os países ocidentais e árabes insistem o seguinte: a estabilidade só pode chegar após o derrubamento do regime de Basher Assad. A ambiguidade da posição em relação à missão de Brahimi é evidente”.
É sintomática, neste contexto, a declaração do embaixador de França na Síria, Éric Chevallier. O diplomata reconheceu que o seu país coopera com destacamentos armados da oposição síria e até estuda a possibilidade de enviar armas aos rebeldes.
Destaque-se mais uma tentativa de Paris de isolar Teerã da participação na regularização da crise síria. O Ministério das Relações Exteriores de França declarou que o Irã poderá fazê-lo se deixar de violar os direitos humanos e esclarecer os pormenores do seu programa nuclear. Neste contexto, o diretor do Instituto do Oriente Médio da Rússia, Evgueni Satanovski, disse:
“A crise na Síria não será regularizada sem o Irã, protagonista regional que está do lado da Síria, fornece ao país armas, combustível, dinheiro e a apoia a nível militar. Não tem sentido colocar condições ao Irã. Isso não tem nada a ver com a realidade”.
Fonte: Voz da Rússia