Price: Com cenário favorável, Brasil deverá crescer mais em 2013
Os estímulos fiscais e monetários adotados por países emergentes devem permitir a recuperação mais forte da economia em 2013, apesar da situação difícil que vive o mundo desenvolvido, afirma John Hawksworth, economista-chefe da PricewaterhouseCoopers no Reino Unido.
Publicado 20/09/2012 10:28
Para o Brasil, diz, a redução da taxa básica de juros e a desvalorização do real devem permitir que, no próximo ano o país cresça mais perto do potencial de longo prazo, estimado pela consultoria em 4% ao ano. "É claro que esse cenário depende de estabilização na zona do euro, com gradual retomada da confiança".
Para Hawksworth, a atuação mais incisiva do Banco Central para defender o nível de R$ 2,00 do dólar é "reação natural" à valorização excessiva da taxa de câmbio, que prejudicou a indústria manufatureira brasileira. "É justificável que o governo procure ter câmbio menos valorizado, até porque vários governos ao redor do mundo fazem isso."
O Brasil também tende a se beneficiar, em 2013, da recuperação do crescimento chinês. O pacote de US$ 150 bilhões em investimentos em infraestrutura e o alívio monetário não devem ter efeito imediato, mas vão permitir que o país volte a se acelerar já no próximo ano.
Hawksworth adverte, no entanto, que taxas de crescimento superiores a 10% ao ano, como o mundo se acostumou a ver, devem ter ficado para trás.
"O ritmo de expansão era claramente insustentável, o que ficou visível no mercado imobiliário, principalmente", diz o economista-chefe. Para Hawksworth, a China ainda tem capacidade de sustentar, pelos próximos cinco anos, crescimento em torno de 8%.
Fonte: Valor Econômico